Enterro da Subtenente do Bombeiros Dayana Brasil, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.Marcos Porto/Agencia O Dia
Primo de bombeira morta em Bangu diz que é impossível ela ter atirado contra o próprio rosto
Dayana Brasil Tenório, de 38 anos, foi enterrada no Jardim da Saudade, em Sulacap, na tarde desta terça (9). Perícia, inicialmente, não encontrou indícios de feminicídio
Rio - Familiares, amigos e colegas de trabalho de Dayana Brasil Tenório, de 38 anos, se despediram na tarde desta terça-feira (9), no Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste. A subtenente do Corpo de Bombeiros morreu com um tiro no rosto, na madrugada de segunda-feira (8), durante uma discussão com o marido, o cabo da Polícia Militar Luiz Felipe Perozini Cardoso, de 31 anos, na residência do casal, em Bangu, Zona Oeste do Rio. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga as circunstâncias da morte.
Durante o velório, o primo Alan Tenório, de 42 anos, disse não acreditar na versão de que ela tenha atirado contra o próprio rosto. Considerada uma pessoa intensa, alegre e com desejo de viver a vida, Dayana colecionava momentos felizes ao lado dos amigos e família. "Estamos aguardando as investigações e, no momento, o que a gente tem para dizer é que é impossível Dayana ter atirado contra o próprio rosto, Dayana não se matou", disse Alan.
O primo afirmou ainda que a morte pegou todos de surpresa, já que ela não estava doente e nem havia sofrido nenhum acidente. "Ela queria mudar de vida, estava com viagens marcadas, ajeitando o apartamento para viver a vida dela, era independente, não dependia de homem nenhum, vida financeira boa...", relatou.
A família relatou que o casal discutia algumas vezes, mas que eles nunca presenciaram as brigas porque Dayana era discreta sobre a vida pessoal. "Quando ele [Luiz Felipe] participava das reuniões em família, não demonstrava, mas por trás eles brigavam. O cara era ciumento, tinha ciúme dos amigos, das amigas, mas Dayana nunca expôs a vida dela, procurava resolver no particular", afirmou Alan.
Durante o cortejo, agentes do Corpo de Bombeiros carregaram o caixão da colega de trabalho. A mãe de Dayana também estava bastante emocionada e precisou ser acolhida por familiares.
O que diz o marido
Em depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o marido de Dayana, Luiz Felipe, disse que estava dormindo no sofá quando a mulher o acordou querendo conversar sobre o relacionamento. Houve discussão e ela teria pegado a arma do marido - que estava no sofá e próxima dele - iniciando, então, uma luta corporal. Em seguida houve um disparo que atingiu de raspão o homem e, em seguida, o rosto da vítima.
Após o tiro que atingiu Dayana, o próprio companheiro chamou os vizinhos e acionou a Polícia Militar para o socorro. Os celulares dele e de Dayana foram apreendidos pela DHC, além da arma que efetuou o disparo. Os objetos também passaram por perícia.
Perícia descarta prática de crime
A perícia da DHC, em primeira análise, não encontrou indício suficiente para afirmar que Dayana foi baleada e morta pelo marido na segunda-feira (5), em Bangu, Zona Oeste do Rio. "Por meio dos laudos periciais elaborados pelo Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, e com o depoimento do companheiro da vítima - na condição de testemunha -, que durou mais de quatro horas, foi constatado, até o momento, o quadro fatídico da morte", disse a Polícia Civil.
Até o momento, para os investigadores, as provas coletadas, assim como os depoimentos de testemunhas, reafirmam a versão apresentada pelo marido da bombeira.
Um inquérito foi instaurado para apurar todas as circunstâncias da morte de Dayana. Novos depoimentos de testemunhas também serão realizados, bem como coletas de documentos e demais laudos periciais. A DHC quer reunir elementos suficientes para concluir a real causa da morte da bombeira.
*Colaboração de Marcos Porto.
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