Vidraça de loja próxima à agência bancária também foi atingida por tiros e ficou destruídaReginaldo Pimenta/Agência O Dia

Rio - A Polícia Civil investiga a participação de 30 criminosos na explosão de uma agência bancária na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, na madrugada desta quinta-feira (11). O grupo já vinha sendo monitorado e foi interceptado antes de conseguir roubar o banco, no Cocotá. Quatro suspeitos foram presos após um confronto, outros dois na Praia da Bandeira e mais cinco no Complexo da Maré. Ao menos três armas e um veículo roubado foram apreendidos.
Um motorista de ônibus ficou levemente ferido durante a ação. Ele não estava em horário de trabalho, mas passava pelo local e foi atingido por estilhaços provenientes da explosão.
De acordo com o delegado André Neves, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), responsável pelas investigações, a maior parte dos presos na ação faz parte do Comando Vermelho de outros estados, sendo eles São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Paraíba, mas o ataque foi planejado por integrantes da facção no Rio de Janeiro.
"São criminosos, a maioria deles, de fora do estado do Rio de Janeiro. Um dos criminosos é da Bahia, suspeito de praticar mais de 30 homicídios naquele estado. A gente suspeita da participação de 30 criminosos nessa empreitada frustrada, não conseguiram subtrair o montante que havia na agência", afirmou o delegado.
Entre os presos, estão os principais articuladores da quadrilha, mas as identificações não foram divulgadas, porque as investigações estão sob sigilo. Segundo Neves, a maioria dos bandidos envolvidos na tentativa de roubo portava fuzis e já havia participado de outros assaltos a bancos nos estados de onde vieram, além de terem praticado crimes junto com quadrilhas do Rio de Janeiro. "A gente suspeita da participação em outros delitos praticados aqui, com interlocução da maior facção criminosa que atua no Rio de Janeiro, que fomentou esse assalto a banco".
Segundo a Polícia Civil, a 25ª DP (Engenho Novo) e a Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (Ssinte), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), estava investigando a quadrilha e os agentes conseguiram impedir a tentativa de roubo a agência da Caixa Econômica Federal, que aconteceu na Rua Capitão Barbosa, na Praia de Olaria. Quatro criminosos foram capturados, dois deles pela PM, em uma área de mata próxima ao banco. 
Já durante um cerco realizado pela Polícia Militar no bairro, o 17º BPM (Ilha do Governador) prendeu outros dois suspeitos de envolvimento no crime, na região da Praia da Bandeira. A dupla é de São Paulo e precisou ser levada ao Hospital Municipal Evandro Freire antes de ser encaminhada à delegacia. Um carro roubado também foi recuperado nas proximidades da Vila Joaniza, com marcas de tiros na lataria e no para-brisa traseiro.
Outros cinco envolvidos, divididos em dois veículos, foram localizados pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) na entrada da comunidade da Nova Holanda, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. "Todos os que foram presos hoje têm uma função relevante nessa empreitada", apontou o delegado titular da Draco, que destacou que criminosos de outros estado têm buscado refúgio em favelas fluminenses. 
"A gente tem realizado prisões em diversas comunidades onde criminosos de outros estados (estão) buscando refúgio aqui. A gente percebe diversos líderes de outros estados homiziados no Complexo do Alemão, no Complexo da Penha, a Rocinha também é uma comunidade que tem abrigado esses criminosos. Tem um trabalho sistemático de monitoramento, estamos realizando diversas prisões importantes, e esse trabalho contínuo, somando forças de todas essas unidades e com a colabaração da Polícia Militar, também, para que a gente possa neutralizar".
*Colaborou Reginaldo Pimenta