Joias foram avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhõesReprodução/Redes sociais

Rio - A Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão, nesta sexta-feira (12), expedido contra Marcelo da Silva Vieira, ex-responsável por receber presentes destinados à Presidência da República durante o governo Jair Bolsonaro. A operação tem relação direta com a investigação no caso das joias da Arábia Saudita enviadas como presente ao ex-presidente.

Marcelo fazia parte do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) da Presidência da República até janeiro deste ano, quando foi exonerado do cargo. Ele estava no órgão desde o governo de Michel Temer (MDB), onde atuou na função de responsável por escolher quais itens iriam para o acervo pessoal do presidente.

Durante a ação desta sexta-feira, agentes da PF apreenderam o celular de Vieira. O aparelho já havia sido solicitado pelos investigadores no primeiro depoimento prestado pelo membro do GADH.

Vieira prestou depoimento na PF sobre o caso das joias sauditas retidas no Aeroporto de Guarulhos, no mês passado. O material, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi encontrado na bagagem de um assessor do Ministério de Minas e Energia que acabou retida pela Receita Federal por falta de declarações.

No depoimento, Vieira contou que Bolsonaro havia participado de uma ligação junto com o seu braço direito, o tenente-coronel Mauro Cid, na tentativa de resgatar as joias sauditas. Cid é investigado por lavagem de dinheiro e foi preso preventivamente no dia 3 de maio por suspeita de fraudar certificados de vacinação da família e do ex-presidente entre 2021 e 2022.

A ligação teria sido feita no fim do ano passado, no intuito de convencer o ex-membro do GADH a assinar um ofício autorizando a incorporação dos bens apreendidos. Em sua fala, Vieira teria dito que negou a fazer o ofício.
O DIA tenta contato com a defesa de Marcelo de Silva Vieira.