Raphael era soldador e competia como fisiculturistaReprodução/Redes Sociais
Família de fisiculturista que morreu de catapora no Chile consegue liberação de corpo
Mãe e a irmã tinha até a próxima terça-feira (23) para conseguir providenciar toda a documentação necessária, caso o contrário, Raphael Casanova seria enterrado com indigente no país
Rio - A família do fisiculturista Raphael Casanova, que morreu de catapora no Chile, conseguiu, nesta terça-feira (16), realizar os trâmites para a liberação do corpo do atleta. A mãe, Célia, e a irmã, Juliana Casanova, estiveram no 6º Cartório de Alcântara, em São Gonçalo, onde conseguiram resolver toda a burocracia para o translado do corpo.
A mãe e a irmã tinham até a próxima terça-feira (23) para conseguir providenciar toda a documentação necessária, caso o contrário, Raphael seria enterrado como indigente no país vizinho. Devido à situação, Juliana disse ao DIA que a família não teve tempo de passar pelo luto e chorar pela perda.
"Agora a gente pode ficar mais tranquilo porque antes a gente não estava conseguindo deitar a cabeça para dormir, descansar ou até mesmo sofrer o luto. A gente ainda não teve tempo para isso porque desde do que aconteceu, desde que a gente soube que que a gente só tinha duas semanas para resolver, a gente não parou. Agora estamos mais aliviados. Vamos dizer que estamos felizes por um lado, e triste pelo outro", afirmou.
A família de Raphael não tinha condições de pagar o translado do corpo e, por isso, resolveram fazer uma vaquinha para coletar doações e conseguir pagar o transporte. A campanha nas redes sociais teve sucesso e contou 363 dólares (aproximadamente R$ 1.800).
Raphael deverá ser enterrado no Cemitério Municipal de São Gonçalo, mas a data e horário ainda serão marcados.
Entenda a história do atleta
Raphael morava na cidade de Antofagasta, no Chile, há seis anos, quando decidiu procurar novos caminhos para melhorar de vida. Ele trabalhava como soldador e, nas horas vagas, competia como fisiculturista, esporte pelo qual era apaixonado.
Juliana contou que em setembro do ano passado, Raphael passou um mês no Brasil com sua família e voltou para o Chile sem apresentar nenhum problema de saúde. No entanto, em dezembro ele avisou a mãe sobre feridas que surgiram em sua pele e o mal estar que vinha sentindo. Após ir ao médico, o fisiculturista foi diagnosticado com um tipo de catapora raro, que iria requerer um tratamento específico.
Durante alguns meses, ele fez o tratamento e acabou parando quando os sintomas desapareceram. Nesse período, Raphael competiu em uma competição como fisiculturista e ganhou o primeiro lugar. No entanto, não muito tempo depois, os sintomas voltaram e foram se agravando com o passar dos dias.
"Quando ele viu que o estado dele estava bem avançado, que dava para perceber que não se tratava de uma simples virose, ele entrou em contato com minha mãe. Ai ele contou que estava muito doente, que ele tinha emagrecido muito, que ele já não estava mais comendo e nem indo ao banheiro. Ele contou que estava morrendo dentro de casa, sozinho. Ele pediu para que ela não contasse a ninguém e sempre ligasse para ele, caso ele não atendesse é porque ele já teria morrido", revelou.
Com a ajuda de um amigo, Raphael foi levado para um hospital e ficou internado durante um mês, mas não resistiu, morrendo no último dia 9.
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