Aproximadamente 30 animais silvestres morrem por ano por causa de choques elétricos na fiação de concessionárias de energia. Um projeto de lei do deputado federal Marcelo Queiroz (PP-RJ), que tramita na Câmara, tem como objetivo reduzir a exposição de animais aos fios dos postes de distribuição e transmissão de energia elétrica. O PL 564/2023, que ainda depende da aprovação, exige adaptações e melhorias nas redes elétricas e pretende responsabilizar as empresas de energia pelo custeio do resgate e do tratamento dos animais.
"Estamos vendo com muita recorrência animais silvestres sendo vítimas de queimaduras e outros tipos de mutilação decorrentes da fiação das concessionárias de energia elétrica e estamos cobrando de forma contínua as melhorias necessárias para proteger esses animais", disse o deputado.
"Apresentei o projeto de lei que propõe a criação de uma política de prevenção de acidentes elétricos, obrigando que essas concessionárias façam adaptações e melhorias nas redes, além de responsabilizá-las pelo custeio do resgate e do tratamento dos animais", concluiu.
Animais em recuperação
No Rio de Janeiro, o Instituto Vida Livre atende, de maneira gratuita, uma média de 200 animais silvestres em situação de risco, sendo o único centro de reabilitação cadastrado pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea-RJ) na cidade. De acordo com Roched Seba, presidente do instituto, o local recebe animais resgatados (vítimas de atropelamentos, acidentes, caça, tráfico e eletrocussões) pelo Corpo de Bombeiros, Ibama, Inea, prefeituras, além da população civil que trazem animais.
"Desde maio de 2021 o instituto recebe inúmeros casos de animais vítimas de eletrocussão. A maioria dos animais não resiste aos ferimentos e mutilações, no total 22 morreram e suas carcaças estão congeladas aqui no Instituto", disse Roched.
Atualmente, de acordo com Roched, o instituto abriga três animais vítimas de acidente em fiação elétrica. Dois macacos mutilados (Marcelinho, um macaco-prego que perdeu os dois membros superiores) e Marcelinha) e Nino, que corre o risco de perder um dos membros inferiores.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.