Marcelinho, macaco-prego, que se acidentou em uma rede elétrica em 2022Reprodução

Aproximadamente 30 animais silvestres morrem por ano por causa de choques elétricos na fiação de concessionárias de energia. Um projeto de lei do deputado federal Marcelo Queiroz (PP-RJ), que tramita na Câmara, tem como objetivo reduzir a exposição de animais aos fios dos postes de distribuição e transmissão de energia elétrica. O PL 564/2023, que ainda depende da aprovação, exige adaptações e melhorias nas redes elétricas e pretende responsabilizar as empresas de energia pelo custeio do resgate e do tratamento dos animais.

"Estamos vendo com muita recorrência animais silvestres sendo vítimas de queimaduras e outros tipos de mutilação decorrentes da fiação das concessionárias de energia elétrica e estamos cobrando de forma contínua as melhorias necessárias para proteger esses animais", disse o deputado.
"Apresentei o projeto de lei que propõe a criação de uma política de prevenção de acidentes elétricos, obrigando que essas concessionárias façam adaptações e melhorias nas redes, além de responsabilizá-las pelo custeio do resgate e do tratamento dos animais", concluiu.
Animais em recuperação
No Rio de Janeiro, o Instituto Vida Livre atende, de maneira gratuita, uma média de 200 animais silvestres em situação de risco, sendo o único centro de reabilitação cadastrado pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea-RJ) na cidade. De acordo com Roched Seba, presidente do instituto, o local recebe animais resgatados (vítimas de atropelamentos, acidentes, caça, tráfico e eletrocussões) pelo Corpo de Bombeiros, Ibama, Inea, prefeituras, além da população civil que trazem animais.
"Desde maio de 2021 o instituto recebe inúmeros casos de animais vítimas de eletrocussão. A maioria dos animais não resiste aos ferimentos e mutilações, no total 22 morreram e suas carcaças estão congeladas aqui no Instituto", disse Roched.
Atualmente, de acordo com Roched, o instituto abriga três animais vítimas de acidente em fiação elétrica. Dois macacos mutilados (Marcelinho, um macaco-prego que perdeu os dois membros superiores) e Marcelinha) e Nino, que corre o risco de perder um dos membros inferiores.