Caso é investigado como crime de injúria racial pela 5ª DP (Mem de Sá)Reprodução

Rio - O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu, em audiência de custódia realizada nesta segunda-feira (22), pela soltura do arquiteto Fernando Bravim Kruger, de 45 anos, preso em flagrante na madrugada deste domingo (21) por chamar um oficial das Forças Armadas de "preto" e "macaco" durante uma roda de samba no Beco do Rato, na Lapa, região central do Rio.
O militar Pedro Phillipe de Assis Salaman afirmou que o arquiteto lhe proferiu ofensas raciais contra ele durante uma confusão. As desavenças teriam começado quando um dos amigos do oficial esbarrou em Fernando.
Ao tentar apartar a confusão, Pedro teria ouvido Fernando o chamar de "preto" e de "macaco" em diferentes ocasiões. Policiais foram acionados para o local e encaminharam os envolvidos para a 5ª DP (Mem de Sá), onde o caso foi registrado como injúria racial. 
Nesta segunda-feira (22), o TJRJ decidiu por conceder liberdade provisória a Fernando. Contudo, a Justiça determinou que o arquiteto terá que cumprir algumas medidas cautelares, como:
- comparecimento mensal em juízo, até o dia 10 de cada mês, a contar da soltura, para informar e justificar suas atividades, bem como comparecimento em todos os atos do processo;
- obrigação de apresentar comprovante atualizado de residência no primeiro comparecimento em juízo, bem como em posteriores alterações;
- proibição de ausentar-se da Comarca de residência por prazo superior a 07 (sete) dias, salvo em caso de expressa autorização do Juízo competente;
- proibição de frequentar o estabelecimento comercial “Beco do Rato”, onde ocorreu o fato;
- e proibição de contato com a vítima e as testemunhas, no curso do processo. 
A reportagem ainda não localizou a defesa de Fernando Bravim Kruger. O espaço segue aberto para manifestação.
Estabelecimento repudia ofensas
Através de seu perfil nas redes sociais nesta segunda-feira (22), o Beco do Rato afirmou que o gerente do estabelecimento foi o responsável por chamar a polícia após presenciar um crime racial contra um dos clientes. O acusado, segundo o bar, foi retirado do local pelo próprio gerente. 
O Beco do Rato ainda ressaltou que repudia qualquer tipo de discriminação e que atitudes como as expostas não são bem-vindas no estabelecimento. 
"O Beco do Rato repudia qualquer tipo de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual, religião, ideologia, origem étnica ou diversidade funcional. O Beco do Rato reforça que os funcionários são orientados a agirem em conformidade com a Lei e com os princípios da casa. Em nome do samba e da nossa cultura tão bonita e diversa, o Beco do Rato, local de resistência, está de braços abertos aos amigos, turistas e visitantes, buscando receber a todos da melhor maneira possível. Contudo, atitudes racistas ou de qualquer outra natureza discriminatória não são bem-vindas e devem ser punidas dentro da lei", diz a postagem.