Viviane Maria no dia em que foi levada presa por tráfico em SampaPedro Ivo
MP pede que Justiça revogue prisão de entregadora agredida por ex-atleta
Contra Viviane Maria de Souza havia um mandado de prisão em aberto pelo crime de tráfico de drogas, praticado em 2016, na cidade de Laranjal Paulista
Rio - O Ministério Público de São Paulo (MPSP) deu parecer favorável e pediu que a Justiça paulista revogue a prisão preventiva da entregadora Viviane Maria de Souza Teixeira, de 38 anos, que foi agredida pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, no dia 9 de abril, em São Conrado, na Zona Sul do Rio. Ela foi presa semanas depois do crime, pois contra ela, havia um mandado de prisão em aberto pelo crime de tráfico de drogas, praticado em 2016, na cidade de Laranjal Paulista.
No último dia 16, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Viviane. No entanto, o promotor Alisson de Lima Maciel, da comarca de Laranjal Paulista, ao dar o parecer favorável para a soltura, lembrou que a entregadora só descobriu que tinha um mandado de prisão após ser vítima de agressões e injúrias no Rio.
A promotoria também levou em consideração a alegação da defesa de Viviane, feita pelos advogados Marcelo Henrique de Lima Vargas e Prisciany Serra de Sousa, de que ela "é pessoa simples e com pouca instrução, razão pela qual não tinha pleno conhecimento das restrições impostas no momento da sua liberdade provisória em 2016". Ainda na decisão, foi destacado que a entregadora não tem outros processos criminais, tem residência fixa e trabalho formal.
No pedido para que Viviane seja solta, o promotor pediu que a Justiça de São Paulo determine que o Tribunal de Justiça do Rio apure "as supostas irregularidades do sistema prisional, durante o período em que Viviane permaneceu presa". Atualmente, Viviane está presa na Casa Prisional Santo Expedito, em Bangu, na Zona Oeste.
A decisão ocorreu depois que Viviane revelou ter sido agredida duas vezes na cadeia. Um dos casos teria sido motivado pela mulher não ter "representado a comunidade homoafetiva", na discussão com a ex-atleta de vôlei Sandra Mathias. A primeira agressão teria ocorrido no momento da prisão, ainda na Casa de Custódia, em Benfica, Zona Norte. Já a segunda, teria ocorrido após a sua transferência para a Casa Prisional Santo Expedito, em Bangu. Viviane estaria com hematomas no rosto e no corpo e com um corte no queixo. Além disso, ela apresentou sintomas de convulsões e um quadro depressivo. A entregadora segue em tratamento psiquiátrico, na UPA da unidade.
Agressões
Sandra Mathias agrediu Viviane e o entregador Max ngelo em São Conrado, na Zona Sul, no dia 9 de abril.
Vídeos da ocasião mostraram a entregadora e a ex-atleta discutindo e, em seguida, a mulher morde a perna de Viviane, enquanto a mesma se segura em uma grade. Logo depois, a vítima consegue escapar e é perseguida pela ex-jogadora. No mesmo dia, a moradora de São Conrado agrediu Max com socos e com a guia de uma coleira, além de ter o chamado de marginal e preto.
O crime aconteceu depois que Sandra teria se revoltado com a presença de entregadores sentados na porta de uma loja, na Estrada da Gávea, próximo ao número 847, em São Conrado. Segundo os trabalhadores, a mulher passeava com o cachorro e, ao se deparar com o grupo, cuspiu no chão e seguiu andando com o animal. Ao voltar, Viviane questionou o motivo da raiva da ex-atleta de vôlei, que se alterou e passou a ofender e agredir os entregadores.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.