Funcionários da Supervia foram atacados por criminosos na Estação Deodoro, na Zona Oeste do RioHenrique Freire/SuperVia
'Botaram a faca no meu pescoço', diz maquinista da SuperVia assaltado em Deodoro
Segundo a empresa, este foi o quarto roubo a funcionários da concessionária na mesma estação somente este ano
Rio - Um dos maquinistas assaltado por dois homens armados, na madrugada deste domingo (4), na sala de tração da estação de Deodoro, na Zona Oeste do Rio, relatou ao DIA os momentos de tensão que sofreu durante a ação dos suspeitos. De acordo com o funcionário da SuperVia, a linha férrea estava com alguns materiais de construção que impediam a passagem do trem, o que causou a interrupção do serviço, momento em que os bandidos aproveitaram para cometer o crime.
"Parti de São Cristóvão e estava descendo para Gramacho, na linha 6. Logo na curva havia objetos fechando a via. Quando é assim, a gente tem que parar o trem. Se eu fosse tentar passar, o trem poderia cair. No trilho, tinha placa de concreto e tela de ferro, então eu avisei para a cabine, informando a situação, e responderam que mandariam um apoio para mim. Nisso, os caras (bandidos) já subiram. A minha porta estava aberta, fiquei nervoso na hora. Eles me renderam e falaram 'perdeu, perdeu', botaram a faca no meu pescoço", explicou.
O maquinista contou ainda que entregou o celular e foi ameaçado a abrir a porta do vagão. "Eu tive que abrir e um deles foi assaltar o pessoal e o outro ficou comigo. Acho que não demorou nem de dois a três minutos, foi rápido e muito tenso, fiquei nervoso", disse.
O funcionário revelou ainda que os bandidos fugiram em direção a São Cristóvão. "Depois eu desci do trem, porque não ia ficar ali, não sou maluco, fechei as portas, tirei os objetos e fui embora. Também pedi reforço na central e os passageiros ficaram nervosos. Eu, graças a Deus, estou bem, mas uma hora pode acontecer o pior", lamentou.
Segundo a SuperVia, os criminosos levaram celulares e pertences de três maquinistas. O caso foi registrado na 30ª DP (Marechal Hermes). Este é o quarto roubo a colaboradores da concessionária na mesma estação em 2023.
Ainda de acordo com a concessionária, neste ano foram registrados 18 assaltos a funcionários nas estações, número que supera os 11 casos registrados em todo o ano passado. "Temos adotado todas as medidas possíveis para garantir a integridade de seus colaboradores, inclusive oferecendo suporte psicológico por meio de seu Núcleo de Saúde Mental", informou a empresa em um comunicado.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.