Material apreendido na casa de um dos alvos da investigaçãoDivulgação

Rio - A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (20) a Operação Black Market, que mira uma associação criminosa responsável pelo tráfico internacional de armas de fogo e acessórios para o território brasileiro. Na ação foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em residências localizadas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Durante as buscas, um dos investigados foi preso em flagrante pelos crimes de posse ilegal de arma de uso permitido e restrito.

Cerca de 18 policiais federais participaram da ação. Na casa do suspeito foram apreendidas duas pistolas (calibres .40 e 9mm), sete carregadores e dezenas de munições (calibre 9mm e de fuzil 556).

Segundo as investigações, os suspeitos se registraram como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs), junto ao Exército Brasileiro, para adquirir armamentos e acessórios de arma de fogo em larga escala, se utilizando da flexibilização da legislação sobre o controle de carregadores, inclusive aqueles de alta capacidade, usados em armas automáticas, com o intuito de importá-los dos Estados Unidos para o Brasil.

Durante a operação, em razão de um pedido de cooperação jurídica internacional com a polícia dos Estados Unidos, a Agência de Investigações de Segurança Interna dos EUA (Homeland Security Investigations - HSI) apreendeu 12 fuzis em uma loja de armas da cidade americana de Orlando, no estado da Flórida, os quais tinham como destino o Brasil.


As investigações foram iniciadas pela Delegacia Especial da PF no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (DEAIN) após a apreensão, em conjunto com a Receita Federal, de 475 carregadores de fuzis e pistolas em uma transportadora localizada no bairro de Olaria, na Zona Norte, em 2021. Com o aprofundamento das apurações, foi identificada a compra dos 12 fuzis apreendidos nesta terça (20) nos Estados Unidos, que tinham como provável destino facções criminosas que atuam em comunidades do Rio.

Além disso, o trabalho de apuração também revelou outros integrantes da associação criminosa, os quais, juntos, movimentaram quase R$ 25 milhões em cinco anos, montante absolutamente incompatível com as rendas declaradas pelos investigados.

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de armas de fogo, comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas, se somadas, ultrapassam os 44 anos de reclusão.