Policiais civis prestam depoimento no Fórum Juíza Patrícia Lourival Acioli, em São GonçaloArquivo/ Cleber Mendes/ Agência O Dia

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) dá continuidade, nesta quarta-feira (2), na audiência de julgamento dos policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando Meister, réus no caso que investiga a morte de João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos. O jovem foi baleado e morto durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, em maio de 2020. A sessão é realizada no Fórum Juíza Patrícia Lourival Acioli, no mesmo município onde o fato aconteceu.
João Pedro Pinto, de 14 anos, morreu durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo - Divulgação
João Pedro Pinto, de 14 anos, morreu durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São GonçaloDivulgação
Além dos réus que serão interrogados nesta quarta-feira (2), a juíza Juliana Ferraz Krykhtine vai ouvir o delegado Alan Duarte, na época titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e responsável pelas investigações, além de outras seis testemunhas.

São elas: os policiais Wagner Carvalho e Fábio Vieira Rodrigues, que participaram da operação no Complexo do Salgueiro; o subcoordenador da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) Augusto Motta Buch; o perito do Ministério Público do Rio (MPRJ) Márcio Borges Coelho, o delegado de polícia Bruno Cleuder De Melo; e Renata Bressan, promotora que representava o MPRJ na operação.

O depoimento do delegado Alan Duarte estava previsto para acontecer na última audiência de julgamento, no dia 12 de julho, mas ele apresentou um atestado médico e teve a oitiva remarcada.

Para o defensor público Luis Henrique Linhares Zouein, o caso começou a avançar e está próximo de ter a decisão final. "Depois de muita demora o processo está avançando. Nós estamos muito confiantes que no dia 2 será encerrada a produção de provas e caminharemos para a decisão de pronúncia e os réus irão a júri popular", afirmou o defensor ao DIA, após o encerramento da audiência do dia 12 de julho.

Última audiência

Na última audiência, outros seis policiais que participaram da operação que resultou na morte do menino João Pedro prestaram depoimento como testemunhas. Foram ouvidos o delegado Sérgio Sahione Ferreira, responsável por coordenar a operação junto aos policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), o policial Jair Correa Ribeiro, que estava presente no momento dos fatos, dois peritos da Civil que estiveram na casa de João Pedro após a morte dele, e outros dois policiais que pilotaram os helicópteros que tiraram os policiais da comunidade.

Relembre o caso

João Pedro jogava videogame com mais cinco amigos na casa do tio, quando, segundo testemunhas, os agentes entraram atirando. O adolescente foi atingido por um disparo de fuzil na barriga e socorrido de helicóptero, mas não resistiu aos ferimentos.

Na ocasião, seu corpo chegou a ficar desaparecido, sendo encontrado horas depois pela família no Instituto Médico Legal (IML). Investigações apontaram ainda que a casa do tio do jovem, onde ele estava quando foi atingido, ficou com mais de 70 marcas de tiros.