Babá que caiu em fogueira de festa junina morre após 39 dias internada
Valéria Cristina Nazário Pereira, de 48 anos, sofreu queimaduras graves nas pernas, no quadril e chegou a ficar entubada
Valéria Cristina Nazário Pereira teve piora nas duas últimas semanas e precisou ser entubada e receber bolsas de sangue - Divulgação/Hospital Estadual Alberto Torres
Valéria Cristina Nazário Pereira teve piora nas duas últimas semanas e precisou ser entubada e receber bolsas de sangueDivulgação/Hospital Estadual Alberto Torres
Rio - A babá que caiu em uma fogueira de festa junina, na noite de São João, em 24 de junho, em Marambaia, São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, morreu nesta quarta-feira (2). Valéria Cristina Nazário Pereira, de 48 anos, estava internada há 39 dias em um dos isolamentos do Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no bairro do Colubandê, e não resistiu aos ferimentos.
Por conta do acidente, a mulher sofreu queimaduras graves nas pernas e no quadril, foi atendida no centro de trauma e submetida à dezenas de procedimentos no centro cirúgico. "Eu cai e desmaiei. Não sei nem quem me socorreu. Acordei no hospital, na medicação, no soro e com a perna enfaixada. Deus me salvou", relatou Valéria, à época. Nas últimas duas semanas, entretanto, seu quadro de saúde piorou e a babá precisou ser entubada e receber bolsas de sangue.
"Uma pessoa doce, carinhosa, sempre com um sorriso no rosto, grata, educada, com uma vontade de viver enorme. Conquistou o coração de todos desde o dia que chegou. Todo mundo que passava na porta do isolamento mexia com ela. Estamos triste. Deus sabe que fizemos o possível e o impossível para cuidar dela. Que descanse em paz e que Deus conforte os nossos corações e dos familiares”, lamentou a coordenadora do CTI 4 do Heat, Lilian Tavares. O corpo da babá foi sepultado nesta quinta-feira (3), às 14h, no Cemitério São João Batista, em Itaboraí.
Casos de queimaduras aumentaram mais de 50%
Somente nos cinco primeiros meses deste ano, 174 pessoas deram entrada no Hospital Estadual Alberto Torres vítimas de queimaduras. O número é cerca de 56% maior em relação ao mesmo período do ano passado, quando a unidade atendeu 113 pacientes. Líquido quente é a principal causa dos casos mais leves e os inflamáveis e choques elétricos os principais motivos das ocorrências mais graves.
Nos meses de junho, julho e agosto são realizadas as festas típicas e é neste período que o risco de pessoas sofrerem queimaduras aumenta. A tradicional fogueira, os balões, a brincadeira com os fogos de artifício e até a manipulação dos caldos, prato tradicional desta época, representam um perigo não só para as crianças, mas também para os adultos.
"Isso também vale para os fogos de artifício e, principalmente, para os balões, uma prática proibida que pode causar muitos estragos. Os explosivos são perigosos e podem provocar queimaduras graves, amputações e até cegueira", apontou o coordenador do Centro de Trauma do Heat, Marcelo Pessoa.
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