Veículo foi alvejado na Rua Marechal Joaquim Inácio, em Realengo Reprodução/TV Globo

Rio - A Justiça do Rio condenou, através da 1ª Vara de Fazenda Pública, na última quarta-feira (2), o Estado a pagar uma indenização de R$ 65 mil ao motorista de aplicativo Francisco de Assis Araújo da Silva. Ele foi baleado por um policial militar durante uma abordagem que ocorreu em julho de 2017 na Rua Marechal Joaquim Inácio, em Realengo, Zona Oeste do Rio.
O juiz Afonso Henrique Ferreira Barbosa, responsável pela decisão, destacou a imprudência dos policiais militares e refutou a alegação do réu de atribuir culpa exclusiva à vítima pelo incidente. "O Estado tem o dever de assegurar a paz, a tranquilidade e a boa ordem aos membros da comunidade. Eximir-se a Administração Pública de responsabilidade, em nome do estrito cumprimento do dever legal, parece inconcebível", afirmou o magistrado.
Na ocasião, o motorista relatou ter ouvido a ordem de parada, mas não percebeu que ela partira dos policiais. Ele pensou que se tratava de bandidos, já que o giroflex da viatura estava desligado. Ao tentar escapar, Francisco afirmou ter ouvido os primeiros tiros, descrevendo o momento em que os disparos atingiram seu carro. "Quando eu segui, o primeiro tiro foi disparado e senti que estava vindo em direção ao meu veículo. Vários tiros foram disparados", explicou.
A Polícia Militar, entretanto, apresentou uma versão diferente dos eventos na época. De acordo com a corporação, agentes do 14º BPM (Bangu) foram chamados após relatos de assaltos na região. Ao chegarem à via, os policiais alegaram que abordaram o motorista, mas ele tentou fugir e disparou contra os agentes.
Procurada pelo DIA, o Governo do Estado não informou se vai recorrer da decisão. O espaço está aberto para manifestações.