Familiares e amigos do adolescente, de 13 anos, ficaram emocionadosPedro Ivo
MPRJ faz diligências onde adolescente foi morto na Cidade de Deus
Informações que estão sendo colhidas no caso serão utilizadas no procedimento investigatório criminal
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realizou, na manhã desta quarta-feira (9), diligências na localidade conhecida como Porta do Céu, uma das entradas da Cidade de Deus, onde ocorreu a morte do adolescente de 13 anos, durante operação policial na noite de domingo (6). A ação foi feita pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro.
Além de uma análise do local do crime, o promotor de Justiça responsável pelo caso está colhendo informações que serão utilizadas no procedimento investigatório criminal (PIC), que foi instaurado, na terça-feira (8), para apurar as circunstâncias da morte.
O adolescente T.M.F foi morto durante uma ação da Polícia Militar (PM) na Cidade de Deus, Zona Oeste da capital. Segundo a corporação, já foi instaurado um procedimento para apurar as circunstâncias do episódio. Moradores e parentes acusam a polícia de ter atirado contra o jovem.
Por meio de nota, a PM informou que a equipe do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) estava realizando um patrulhamento na esquina da Estrada Marechal Miguel Salazar com a Rua Geremias, quando "dois homens em uma moto atiraram contra" os militares.
O jovem morreu no local e a área foi isolada para que a Polícia Civil realizasse a perícia. Em um vídeo obtido pelo DIA, é possível ver dezenas de moradores em volta do rapaz, que estava no chão, já baleado e ensanguentado.
O adolescente foi sepultado na tarde desta terça-feira (8), no Cemitério da Pechincha, na Zona Oeste do Rio. O velório, que aconteceu pela manhã, foi marcado pela comoção das pessoas presentes na Igreja Evangélica Congregacional da Cidade de Deus.
A Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e que os agentes estão analisando imagens e realizam diligências em busca de outras câmeras instaladas na região. "As armas dos policiais militares envolvidos na ação foram apreendidas para exame de perícia. Testemunhas estão sendo ouvidas e outras diligências estão sendo realizadas para elucidar a morte". A PM também instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias da ação.
O que a família diz
Segundo o tio do menino, Hamilton Menezes, a família teve acesso a uma câmera de segurança da região, cujas imagens mostrariam o momento em que um policial do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) atira contra o jovem, executando o. "Ele estava passeando de moto com um amigo em uma das ruas da Cidade de Deus, onde foram abordados já a tiros. Uma bala pegou na perna do jovem e ele caiu. [Pelas imagens], dá para ver o T. M F. no chão ainda vivo e o policial vai lá e acaba de executar", contou o tio do rapaz.
O pintor afirmou que as imagens foram feitas por uma câmera de segurança de um borracheiro, que fica próximo ao local da morte. Mas, de acordo com Hamilton, os policiais conseguiram apagar o momento da suposta execução. Além de Hamilton, moradores, que estavam no local, afirmaram que os militares forjaram a cena da morte do adolescente.
Muito abalada, Priscila Menezes, mãe do adolescente, expressou a dor de perder um filho. "Era um menino carinhoso e agora vai ficar as lembranças dele vivo. 13 anos só. Tinha um futuro pela frente. Nada vai trazer meu filho de volta. Ele era só uma criança e não era envolvido com nada", relatou a mãe.
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