Rio - Familiares de Eloah Passos, de 5 anos, que perdeu a vida após ser atingida por um tiro na comunidade do Dendê, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, estiveram no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IML), no Centro, neste domingo (13) para a liberação do corpo. Desolada, Cláudia da Silva Souza, mãe da vítima, falou brevemente com a imprensa ao deixar o local: "Estou muito triste. Minha filha era só alegria", desabafou a mulher, que também estava com uma das irmãs de Eloah no colo. Por conta do horário, o sepultamento acontecerá nesta segunda-feira (14), às 13h30, no Cemitério da Cacuia.
A criança foi atingida enquanto brincava em seu quarto no sábado (12). Socorrida por um mototáxi e uma vizinha para o Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha, ela não resistiu aos ferimentos.
Ao DIA, o tio de Eloah, Michael Abe, 43, contou, neste sábado, que não havia troca de tiros no momento em que a sobrinha foi ferida. A família afirma que o disparo partiu de policiais militares que atuaram na região. "Não teve troca de tiros, não teve operação e não teve confronto. Teve foi uma polícia despreparada. O tiro nunca ia vir de cima como estão falando. Tá difícil, da forma que foi... Ela tinha 5 anos", disse ele.
O jovem foi socorrido e encaminhado ao Evandro Freire, onde morreu. Já o homem que conduzia a moto foi levado à 37ª DP (Ilha do Governador) para prestar esclarecimentos. Contudo, segundo testemunhas, o adolescente não estava armado. O rapaz teria levantado os braços perto dos agentes, que teriam atirado contra ele.
A morte provocou revolta de moradores do Dendê, que desceram a comunidade para um protesto. Dois ônibus foram incendiados na região. O corpo de W. E. será sepultado no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, na tarde deste domingo (13).
Os casos são investigados pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Os pais de Eloá já prestaram depoimentos na especializada e a investigação segue em andamento.
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