Dono do bar conhecido como Bira no Pechincha foi morto a tiros quando abria o estabelecimentoPedro Ivo/ Agência O Dia

Rio - Após a morte de Raimundo Ubiratan de Souza Lima, de 62 anos, conhecido como Bira, e os relatos de que outros comerciantes estariam sendo ameaçados de morte, a Polícia Militar realizou uma operação, nesta quarta-feira (16), para ouvir as demandas e melhorar a segurança no Largo do Pechincha, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.
O local está sob o controle de uma milícia que, segundo moradores, estaria cobrando taxas de segurança abusivas de até R$ 2 mil. Após a morte de Raimundo, que teria se recusado a pagar os valores aos criminosos, as ameaças teriam se intensificado, incluindo ligações por telefone.
Por conta da insegurança e medo, alguns donos de estabelecimento ameaçam não reabrir mais. "Muitos vão apenas fechar as portas e procurar outro lugar para trabalhar e morar. É assim que o Rio vai morrendo, asfixiado, aos poucos. Longe do palco iluminado para os turistas, a cidade é terra de ninguém", relatou uma mulher.
 
 
Em nota, a PM informou que foram distribuídos folhetos com o telefone do batalhão e do Disque-denúncia para que a população saiba como agir em casos de emergências.
"A partir dessa ação, a polícia vai traçar dados que irão nortear o tipo de policiamento que será aplicado de acordo com a região. A PMERJ ressalta ainda a importância da colaboração da população realizando denúncias através da nossa Central 190 ou do Aplicativo 190. Os registros em delegacias da Polícia Civil também são essenciais para que procedimentos investigativos", disse a corporação.
O crime
Raimundo era bastante conhecido e querido na região por ser dono do estabelecimento Cantinho do Pechincha, tradicional no bairro. Ele foi atingido por um grupo armado em plena luz do dia enquanto estava abrindo o comércio na última segunda-feira (14). 
O comerciante foi enterrado na tarde desta quarta-feira (16), no Cemitério do Catumbi, na Zona Central do Rio. Uma centena de amigos e familiares marcou presença na cerimônia para homenagear o dono de bar. Ele deixa quatro filhos.
O assassinato está sendo investigado por policiais da Delegacia de Homicídios da Capital, que realizaram perícia no local do crime.