Raimundo Ubiratan de Souza Lima, mais conhecido como Bira, foi morto a tirosReprodução/Redes sociais

Rio - O Disque Denúncia divulgou, na tarde desta quinta-feira (17), um cartaz pedindo informações sobre os suspeitos de matarem a tiros o comerciante Raimundo Ubiratan de Souza Lima, conhecido como Bira, de 62 anos, na frente de seu bar, no Pechincha, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.
O crime aconteceu nesta segunda-feira (14) na Estrada da Tindiba. Proprietário do Cantinho do Pechincha, há 30 anos, Bira foi morto a tiros por um grupo de criminosos no momento em que abria o bar. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 18° BPM (Jacarepaguá) foram acionados para uma ocorrência de homicídio, onde um homem teria sido baleado por criminosos enquanto estava próximo de seu carro. No local, o fato foi constatado.
Raimundo foi enterrado na tarde desta quarta-feira (16) no Cemitério da Pechincha. "Tive uma honra em conhecer esse guerreiro trabalhador. Meus sentimentos toda família. Camarada gente fina", escreveu um cliente nas redes sociais. Durante o enterro, amigos se emocionaram e choraram próximo ao túmulo.
O assassinato está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que realizaram perícia no local do crime. Até o momento, não há informações sobre identificação de suspeitos e sobre a motivação do ataque. Moradores da região acreditam que a execução pode estar ligada à cobrança de uma taxa de segurança ilegal por parte da milícia que atua na área.
De acordo com uma moradora, comerciantes estão recebendo ameaças de morte caso não realizem pagamentos de até R$ 2 mil. "Muitos vão apenas fechar as portas e procurar outro lugar para trabalhar e morar. É assim que o Rio vai morrendo, asfixiado, aos poucos. Longe do palco iluminado para os turistas, a cidade é terra de ninguém! Sem lei, sem justiça, sem segurança alguma", lamentou a mulher.
Segundo relatos, o local está sob o controle de uma milícia, que impõe aos comerciantes taxas de segurança abusivas. O impacto do homicídio de Bira abalou a região, levando diversos estabelecimentos a fecharem suas portas na segunda-feira (14). O clima de insegurança é tamanho que alguns comerciantes ameaçam não reabrir mais.
Policiais militares realizaram uma operação no bairro, nesta quarta-feira (16), para ouvir as demandas dos moradores e reforçarem a segurança na região. Em nota, a PM informou que foram distribuídos folhetos com o telefone do batalhão e do Disque-denúncia para que a população saiba como agir em casos de emergências.
"A partir dessa ação, a polícia vai traçar dados que irão nortear o tipo de policiamento que será aplicado de acordo com a região. A PMERJ ressalta ainda a importância da colaboração da população realizando denúncias através da nossa Central 190 ou do Aplicativo 190. Os registros em delegacias da Polícia Civil também são essenciais para que procedimentos investigativos", disse a corporação.
As denúncias sobre os suspeitos do crime podem ser realizadas, de forma anônima, através da central de atendimento do Disque Denúncia (021) - 2253 1177 ou 0300-253-1177; do WhatsApp Anonimizado (021) – 2253-1177; e do aplicativo Disque Denúncia RJ.