Corpo de Vitória foi encontrado carbonizado na sexta-feira Reprodução / Redes Sociais

Rio - A Polícia Civil indiciou três pessoas pela morte da professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, em Senador Camará. O inquérito será concluído nos próximos dias. De acordo com o delegado Vilson de Almeida, titular da 35ª DP (Campo Grande), Paula Custódio Vasconcelos, de 33 anos, e a filha dela, uma adolescente de 14 anos, já foram indiciadas por extorsão mediante sequestro com resultado morte. Elas são ex-sogra e ex-namorada, respectivamente, da professora.


Edson Alves Viana Júnior, de 26 anos, irmão de Paula, também será indiciado pelos mesmos crimes. Paula foi presa em flagrante e a filha, por ser menor de idade, foi apreendida. "O tio foi preso por prisão temporária e estamos finalizando o inquérito para remetê-lo também à Justiça", explicou o delegado Vilson.
Professora foi tortura até a morte
Na distrital, Edson confirmou que foi até a escola onde a vítima trabalhava com sua irmã, Paula Custódio, pois ela não queria que o namoro da professora com a filha de 14 anos terminasse, já que ela obtinha vantagens financeiras por causa da relação. Ele também revelou que Vitória marcou de ir na casa de Paula na noite do dia 10 de agosto para terminar a conversa iniciada na escola.
Assim que a professora chegou na residência, foi imobilizada por Paula, ele e a menor de 14 anos. Em seguida, ela foi amarrada em uma cadeira com fita adesiva e obrigada por Paula a fazer transferências via PIX. Quando o trio não conseguiu mais dinheiro, Paula decidiu ir até a casa da professora com a filha para pegar objetos de valor. Elas voltaram com um botijão de gás, roupas de cama, panelas e produtos de beleza.

Depois de não conseguir roubar mais dinheiro da vítima, Paula resolveu ligar para a mãe da professora para simular um sequestro-relâmpago. No entanto, a mãe de Vitória não conseguiu fazer a transferência exigida de R$ 2 mil. Edson revelou que mesmo se o pagamento fosse feito, a professora seria morta a pedido de Paula.
Após a tentativa de simular o sequestro, Edson disse que Paula e a filha pegaram uma corda, esticando em torno do pescoço de Vitória, e ficaram puxando uma de cada lado, fazendo uma espécie de cabo de guerra para enforcar a professora

A tortura durou entre 20 e 30 minutos, até que a professora morresse sufocada. Elas chegaram a jogar álcool nos olhos da vítima para ver se tinha alguma reação. Assim que viram que estava morta, a colocaram em uma mala e levaram a um local para queimá-la.

No caminho, elas compraram gasolina em um posto e atearam fogo na mala. Com o fogo já alto, ambas saíram para tentar fazer mais saques nas contas de Vitória em um caixa eletrônico, onde conseguiram retirar mais R$ 1,2 mil. Após a morte de Vitória, Paula deixou o irmão com R$ 107, que foram usados para comprar drogas, segundo Edson.
O corpo de Vitória foi encontrado carbonizado na comunidade Cavalo de Aço, em Senador Camará. O cadáver foi identificado por uma única digital que não foi destruída pelo fogo. O laudo do exame de necropsia apontou que ela morreu por aspiração de fuligem, o que pode significar que Vitória foi queimada viva.