Léa Garcia, em episódio da série inédita ’Tributo’Globo/Raphael Dias

Rio - O corpo da atriz Léa Garcia foi sepultado, na tarde deste sábado, em uma cerimônia restrita aos amigos e familiares, na capela do Cemitério São João Batista, localizado na Zona Sul do Rio. A artista morreu em decorrência de um infarto agudo do miocárdio, aos 90 anos de idade, na última terça-feira.
Mais cedo, na parte da manhã, o corpo de Léa havia sido velado no Theatro Municipal da cidade, na Cinelândia. A cerimônia, que foi aberta ao público, teve início às 10h e seguiu até às 13h, e reuniu inúmeros famosos, fãs e familiares.
Em entrevista ao 'RJ TV', da TV Globo, Marcelo Garcia, filho de Léa, agradeceu aos que estiveram presentes no velório e revelou que a atriz não estava se sentindo bem antes de viajar para Gramado: "Dona Léa antes de partir para Gramado me disse uma frase. Ela estava sentindo um mal-estar e eu disse: 'Mãe, vamos acabar isso aqui agora, eu ligo para lá e você não recebe o prêmio, eu vou lá e recebo'. Ela disse: 'Marcelo, eu não sou uma dona de casa, sou uma mulher de palco. Se eu tiver que falecer eu faleço em Gramado, mas recebo esse prêmio'".
"O que eu posso passar para vocês e para as pessoas que estão iniciando são palavras que ela falava em todas as entrevistas: não desistam e tenham amor a esta arte. Ela morreu no glamour", finalizou.
O ator Déo Garcez fez questão de prestar suas homenagens à Léa e relembrou a importância da atriz para a cultura brasileira: "A Léa foi uma pioneira, uma mulher negra, uma cidadã que lutou tanto na vida pela igualdade de condições especialmente para nós, atores e atrizes negros deste país. Ela é resistência e deixa um legado imenso exatamente por fazer parte deste pioneirismo com toda a sua luta e talento. Com brilhantismo ela exerceu esta profissão de artista negra no Brasil".
"A gente sabe que é um país preconceituoso e ela abriu portas para todos nós. Trabalhamos juntos e várias vezes estivemos juntos. Fomos amigos e recentemente estive com ela no lançamento de seu livro. Ela representa tudo isso para a gente. É um grande legado que deixa, uma referência, uma inspiração de artista e de pessoa negra da melhor qualidade", finalizou.
Léa Garcia seria homenageada no Festival de Gramado com o Troféu Oscarito, ao lado de Laura Cardoso, de 95 anos. Como não teve tempo de receber a premiação, seu filho, Marcelo Garcia, subiu no palco para representar a veterana.