Ato em na Praia de Copacabana em memória do adolescente morto na Cidade de Deus há 11 diasRafael Henrique Brito/ Divulgação Rio de Paz

Rio - Familiares do menino de 13 anos, morto na Cidade de Deus há 11 dias, se reuniram com a ONG Rio de Paz, em uma passeata em memória do menino e de crianças vítimas da violência no Rio, durante a manhã deste sábado (19), na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio.
A concentração do ato teve início no calçadão de Copacabana e seguiu em direção à Avenida Princesa Isabel. Durante o ato, os pais do menino pediram justiça e carregaram um caixão coberto com uma bandeira do Brasil representando o filho pela orla da praia.
"Ninguém vai trazer meu filho de volta. A gente vai continuar lutando pela justiça para que não aconteça com outras famílias e que as pessoa que fizeram isso não fiquem impune porque isso tem que acabar", disse a mãe do menino Priscila Menezes.
Moradores da comunidade e amigos do jovem também participaram com balões brancos, faixas escritas 'Nosso eterno camisa 10' e camisas homenageavam o garoto que queria ser jogador de futebol. 
Outros 14 caixões com furos foram colocados na areia e no calçadão, simbolizando a quantidade de crianças mortas em confrontos entre policiais e criminosos no ano passado e neste ano.
Uma faixa de 10 metros com a frase: “Rio 2022/2023: 14 crianças pobres mortas por balas perdidas” também foi colocada na Lagoa Rodrigues de Freitas, onde há um mural com o nome de jovens e policiais assassinados na cidade para recordar dessas vítimas.
Relembre o caso
O jovem morreu no fim da noite do dia 8 de agosto durante uma ação da Polícia Militar (PM) na comunidade. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga pelo menos duas versões diferentes sobre as circunstâncias da morte do adolescente. Segundo a PM, uma equipe estava em patrulhamento na esquina da Rua Miguel Salazar com Rua Geremias quando dois homens em uma moto atiraram contra os militares, iniciando confronto.
Já a família afirma que ele estava passeando de moto com um amigo pelas ruas da Cidade de Deus, quando a dupla foi abordada a tiros. Ainda segundo os parentes, os disparos teriam sido feitos por agentes do Batalhão de Polícia Militar do Choque (BPChq), quando o jovem já estava caído no chão. "Uma bala pegou na perna do jovem e ele caiu. [Pelas imagens], dá para vê-lo no chão ainda vivo e o policial vai lá e acaba de executar", disse o tio da vítima, o pintor Hamilton Menezes.
A família também acusa a PM de ter cortado imagens de uma câmera de segurança que filmou a ação policial no local onde T. M. F. morreu.
Investigações em andamento
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) ouve testemunha e realiza diligências para esclarecer o caso. A especializada também apreendeu as armas usadas pelos policiais e encaminhou para perícia. A PM abriu um procedimento interno para apurar as circunstâncias da ação e afastou todos os policiais envolvidos na ação.