Corpo de Vitória Romana Graça, 26, foi encontrado carbonizado na comunidade Cavalo do AçoReprodução / Redes Sociais

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) manteve a prisão de Edson Alves Viana Junior, de 26 anos, preso na última quarta-feira (16) por envolvimento na morte da professora Vitória Romana Graça, 26, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio. O suspeito confessou participação no crime e passou por audiência de custódia na tarde desta sábado (19). Além dele, a irmã Paula Custódio Vasconcelos, 33, e sua filha, de 14, foram indiciadas pelo assassinato. Elas são ex-sogra e ex-namorada da vítima, respectivamente. 
Em depoimento à 35ª DP (Campo Grande), que investiga o caso, Edson confirmou que foi até a escola onde a vítima trabalhava com sua irmã, porque ela não queria que o namoro da professora com a filha terminasse, já que obtinha vantagens financeiras por causa da relação. Ele também revelou que Vitória marcou de ir na casa de Paula na noite do dia 10 de agosto para terminar a conversa iniciada na instituição e, assim que chegou à residência, foi imobilizada pelo trio.
Em seguida, a mulher foi amarrada em uma cadeira com fita adesiva e obrigada por Paula a fazer transferências via PIX. Quando o trio não conseguiu mais dinheiro, a mãe decidiu ir até a casa da professora com a filha para pegar objetos de valor e voltaram com um botijão de gás, roupas de cama, panelas e produtos de beleza. A ex-sogra ainda ligou para a mãe da vítima para simular um sequestro-relâmpago. No entanto, ela não conseguiu fazer a transferência exigida de R$ 2 mil. Edson revelou também que mesmo se o pagamento fosse feito, a professora seria morta a pedido de Paula.
Após a tentativa de simular o sequestro, ele disse que a irmã e a sobrinha pegaram uma corda, esticando em torno do pescoço de Vitória, e ficaram puxando uma de cada lado, fazendo uma espécie de cabo de guerra para enforcar a vítima. A tortura durou entre 20 e 30 minutos, até que ela morresse sufocada. Mãe e filha chegaram a jogar álcool nos olhos da vítima para ver se tinha alguma reação e, ao notarem que estava morta, a colocaram em uma mala e levaram a um local para queimá-la. No caminho, elas compraram gasolina em um posto e atearam fogo na mala.
Com as chamas já altas, ambas saíram para tentar fazer mais saques nas contas de Vitória em um caixa eletrônico, onde conseguiram retirar mais R$ 1,2 mil. Após a morte da vítima, Paula deixou o irmão com R$ 107, que foram usados para comprar drogas, segundo Edson. O corpo da professora foi encontrado carbonizado na comunidade Cavalo de Aço e foi identificado por uma única digital que não foi destruída pelo fogo. O laudo do exame de necropsia apontou que ela morreu por aspiração de fuligem, o que pode significar que foi queimada viva.