Corpo de Vitória foi encontrado carbonizado na sexta-feira (11) na comunidade Cavalo do AçoReprodução / Redes Sociais

Rio - O corpo da professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, encontrado carbonizado na comunidade Cavalo de Aço, em Senador Camará, Zona Oeste do Rio, foi reconhecido por apenas uma digital que não foi destruída pelo fogo. O crime teria sido motivado por questões financeiras e cometido por Paula Custódio Vasconcelos, sua ex-sogra, e a filha da mulher, de 14 anos, ex-namorada da professora.
O cadáver de Vitória foi encontrado na última sexta-feira (11), um dia após o seu sequestro. Depois de um exame de papiloscopia no Instituto Médico Legal (IML), foi constatado que o corpo carbonizado era da professora. O laudo do exame de necropsia apontou que a mulher morreu por aspiração de fuligem.
Paula e a sua filha, acusadas do crime, foram presas também na sexta-feira (11) enquanto fugiam pela Avenida Santa Cruz. Agentes da 35ª DP (Campo Grande), onde o caso foi registrado, identificaram como provável paradeiro da vítima a casa da ex-companheira, na comunidade Cavalo de Aço. As equipes foram até o local, e localizaram Paula e a adolescente C.V.B., ex-sogra e ex-namorada, respectivamente, em tentativa de fuga. Imediatamente, a mulher foi presa e a adolescente, detida.
De acordo com o delegado Vilson de Almeida, responsável pelas investigações, uma das testemunhas contou que Vitória ajudava financeiramente a adolescente, com quem tinha um relacionamento. Após o término da relação, a ajuda também acabou. Com isso, a mãe da jovem foi ao colégio em que a professora trabalhava, na quinta-feira (10), para tirar satisfações. No mesmo dia, Vitória teria encontrado a ex-sogra e a ex-namorada para uma conversa.
A investigação apontou que a professora foi atraída para a comunidade pela ex-namorada. No local, ela foi sequestrada e diversas transferências bancárias foram realizadas de sua conta corrente. Além disso, sua família recebeu solicitações de resgate. A mãe de Vitória recebeu um telefonema informando que sua filha teria sido sequestrada e para sua devolução deveria ser pago R$ 2 mil. Ela foi até à 35ª DP (Campo Grande), para registrar o desaparecimento da filha e informar sobre o telefonema recebido.
Durante o período em que Vitória ficou desaparecida, pelo menos, cinco transferências bancárias foram feitas para a conta do irmão de Paula, que ainda não foi localizado pela polícia. Uma delas, no valor de R$ 380, foi feita para uma mercearia, que fica próximo à casa da suspeita. Ao todo, foi retirado R$ 1.278 da conta de Vitória.
Conversão da prisão em flagrante para preventiva
Paula Custódio teve sua prisão em flagrante convertida para preventiva durante audiência de custódia realizada neste sábado (13), no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, devido a acusação de matar e sequestrar a professora. A mulher também passou por outra audiência de custódia, no mesmo dia, por ter sido condenada, em 2014, a seis anos de prisão por roubo majorado. Ela tinha um mandado de prisão em aberto por esse crime.
Na decisão, diante da gravidade das denúncias, atendendo ao pedido do Ministério Público do Rio e pelo fato de Paula já ter sido condenada por outros crimes, foi decretada a sua prisão preventiva devido ao risco que testemunhas ainda não ouvidas corriam se a acusada fosse libertada.
“Como se vê, a gravidade dos fatos é extremamente acentuada, tendo em vista a gravidade em concreto do crime, que revela a extrema periculosidade da custodiada e inadequação ao convívio social”, diz trecho da decisão.
A Justiça ainda ressaltou a relevância do fato de que Paula ostenta condenação criminal, com mandado de prisão pendente, e que voltou a prática de um novo crime resultando na sua prisão em flagrante.
Já na sua segunda audiência, a Justiça decretou o início do cumprimento da sua pena pela condenação por roubo majorado. Paula terá que cumprir seis anos, dois meses e 20 dias em regime fechado por esse crime.