Eliana Jimenez Dias foi indiciada pelos crimes de homicídio por dolo eventual e fraude processualReprodução

Rio - O Ministério Público do Rio denunciou, nesta terça-feira (15), a médica colombiana Eliana Maria Jimenez Dias pela morte da paciente Adjane Marinho dos Santos. Com isso, o órgão pediu a prisão preventiva da ré à 2ª Vara Criminal.
Há cerca de um mês, Eliana foi denunciada pelo homicídio da cozinheira Ingrid Ramos Ferreira. Na última terça-feira, 8, a Justiça do Rio determinou que ela deixasse o presídio após acolher parcialmente um pedido de habeas corpus.
No novo pedido de prisão, o promotor Sauvei Lai, da 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Penha e Irajá, ressaltou que a denunciada assumiu o risco de causar a morte da vítima na cirurgia porque já havia provocado anteriormente ao realizar outros procedimentos estéticos. Com isso, demonstrou "indiferença quanto ao resultado morte que poderia ser produzido com as suas cirurgias".
Eliana Jimenez foi contratada por Adjane para a realização de uma lipoaspiração, que aconteceu em agosto de 2020. No dia seguinte à cirurgia, a paciente recebeu alta hospitalar com sangramento e anemia.
De acordo com a denúncia, a cozinheira foi levada a um hospital por sentir fortes dores durante a madrugada. Na unidade de saúde, foi constatado que Adjane apresentava perfuração do intestino grosso e delgado, além de uma pancreatite aguda. Familiares da vítima foram comunicados pela direção hospitalar que ela morreu por erro médico da Eliana.
Em julho deste ano, a colombiana foi presa pelo morte de Ingrid Ramos Ferreira após ser denunciada pelo MPRJ por homicídio com dolo eventual e fraude processual. O resultado do laudo da morte indica que a cozinheira foi vítima de um choque cardiogênico. Durante a cirurgia, o coração da vítima perdeu a capacidade de bombear sangue em quantidade adequada para os órgão.
De acordo com as investigações, a médica assumiu o risco da morte da paciente ao fazer o procedimento invasivo em uma sala comercial, ao invés de um ambiente hospitalar, que seria recomendado.
Cerca de um mês após a prisão, a 1ª Câmara Criminal do TJ acolheu parcialmente pedido de habeas corpus e determinou a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares. São elas:
-  Proibição do exercício da medicina;
-  Comparecimento mensal em juízo para justificar suas atividades;
-  Proibição de ausentar-se da comarca sem autorização judicial;
- Apreensão do passaporte.
No novo pedido, enviado à Justiça nesta terça, o promotor Sauvei Lai afirmou que há risco de manter Eliana em liberdade tendo em vista "outros procedimentos investigatórios em que a atuação profissional médica da denunciada se mostrou extremamente grave, a ponto de causar o óbito em duas pacientes".
DIA tenta contato com a defesa de Eliana. O espaço está aberto para qualquer manifestação.