A operação no Sistema Guandu foi interrompida após uma espuma branca aparecer no manancial de captação da unidadePedro Ivo / Agência O Dia

Rio - A Companhia de Águas e Esgotos do Rio (Cedae) retomou, às 19h30 desta segunda-feira (28), a produção de água na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, após 14 horas de paralisação devido a aparição de espumas brancas no manancial de captação da unidade. Apesar da retomada, a normalização completa do sistema de distribuição deve acontecer em até 72 horas. 
A operação na unidade havia sido interrompida no início da manhã desta segunda-feira (28), após técnicos identificarem a presença de grande volume de surfactantes (composto presente nos detergentes) no Rio Guandu. A captação de água só foi reiniciada depois que os especialistas confirmaram, por meio de monitoramento e análises laboratoriais, que não havia mais risco de alterações na qualidade da água tratada.
A Cedae informou que a água com surfactante não foi, em momento algum, distribuída para a população. Assim que foi constatada a presença do composto na água, a captação foi interrompida, e a água que já estava no interior da estação foi descartada.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), investigam a origem do descarte do material.
Oito cidades afetadas e 11 milhões de pessoas impactadas
O fechamento da ETA do Guandu impactou oito cidades do estado do Rio, incluindo a capital e sete municípios da Baixada Fluminense. A paralisação ainda impactou o fornecimento de água para 11 milhões de pessoas.
A distribuição de água para os moradores é responsabilidade de três concessionárias: Águas do Rio, Rio+Saneamento e Iguá. Responsável pelo abastecimento em 80% da população nesses locais, a Águas do Rio informou que 6,5 milhões de clientes foram afetados. Já a Rio+Saneamento destacou que 1,6 milhão de clientes foram impactados.
Por conta da interrupção na ETA Guandu, as empresas estão orientando seus clientes comerciais e residenciais a fazer o uso consciente de água. A previsão é que fluxo de fornecimento seja normalizado até quinta-feira (31).
A Iguá informou aos clientes que, até que a operação esteja totalmente restabelecida, o abastecimento de água pode registrar intercorrências, incluindo baixa pressão e falta d’água. A concessionária ainda ressaltou que, caso seja necessário, irá disponibilizar caminhões-pipa para locais emergenciais como hospitais, clínicas e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A empresa ainda informou que não identificou nenhum aumento significativo no número de reclamações, considerando que o problema é em todos os bairros.