Valdecir Ramario da Silva, 50, foi morto a tiros em São GonçaloReprodução/Redes Sociais

Rio - Um ex-candidato a vereador foi morto a tiros, na noite desta terça-feira (29), no bairro do Monjolos, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. O quartel do Colubandê do Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado para o local, por volta das 21h40, mas já encontrou Valdecir Ramario da Silva, de 50 anos, sem vida. Segundo relatos, suspeitos teriam feito cerca de 40 disparos contra a vítima, que estaria no portão de casa. "Escutei muito tiro, depois fiquei sabendo desse assassinato", relatou um moradora da região nas redes sociais. 
De acordo com a Polícia Militar, equipes do 7º BPM (São Gonçalo) foram acionadas para uma ocorrência de homicídio, na Rua Tibiricá, e os agentes encontraram o homem dentro de um veículo e com marcas de tiros no corpo. A área foi isolada para perícia e o caso encaminhado para a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). Valdecir era comerciante e concorreu ao cargo de vereador nas eleições municipais de Itaboraí, em 2020, pelo Partido Social Cristão (PSC), mas não foi eleito. A vítima completaria 51 anos no próximo dia 12. Ainda não há informações sobre o horário e local do sepultamento. 
Ataques a políticos
Na última semana, a família do vereador do Rio Marcelo Diniz (Solidariedade) foi alvo de um ataque a tiros. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que criminosos fortemente armados atiraram contra sua casa, na comunidade da Muzema, no Itanhangá, Zona Oeste. O caso aconteceu no dia 25 e, na ocasião, o pai, a mãe e mais dois amigos estavam no imóvel, mas o parlamentar estava em uma agenda externa. No atentado, um funcionário da prefeitura acabou baleado na perna. O caso é investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca). 
No dia 7 de agosto, o ex-vereador Jair Barbosa Tavares, de 53 anos, conhecido como Zico Bacana, e seu irmão, Jorge Barbosa Tavares, foram mortos a tiros, quando estavam em uma padaria da Rua Eneas Martins, esquina com a Francisco Portela, em Guadalupe, na Zona Norte. Suspeitos em um veículo fizeram pelo menos 30 disparos e o garçom Marlon Correia dos Santos, 35, que passava pelo local, também acabou morrendo. A família acusou o Comando Vermelho (CV) pelas mortes, já que Guadalupe é um dos bairros onde fica o Complexo do Chapadão, que é palco de conflitos entre integrantes da facção e do Terceiro Comando Puro (TCP) pelo controle territorial. 
Zico Bacana era ex-policial militar e foi citado na CPI das Milícias, em 2008, por uma possível ligação com milicianos que atuavam na região. O ex-parlamentar chegou a ser ouvido como testemunha no processo que investiga o assassinato de Marielle Franco. O político já havia sido alvo de uma tentativa de homicídio em novembro de 2020, quando foi baleado de raspão na cabeça, em um bar de Ricardo de Albuquerque, também na Zona Norte.
Também em agosto, dessa vez no dia 1º, o ex-candidato a vereador de Queimados, Ramon Henrique Durães Lima, de 37 anos, foi executado a tiros, no bairro Fanchen, no município da Baixada Fluminense. O homem era comerciante e foi encontrado sem vida dentro do próprio estabelecimento, na Rua Camilo Cristofano. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e a motivação do crime ainda é desconhecida.
No dia 26 de maio, o ex-assessor do vereador Carlinhos da Barreira (PSDC), Felipe Reul, foi assassinado na porta de casa, na Rua Senador Hydekel de Freitas, no Jardim Primavera, em Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense. A vítima deixou mulher e uma filha. Em 2021, o parlamentar para quem o homem trabalhou foi preso por suspeita de agiotagem, mas teve a prisão revogada e retornou à Câmara Municipal de Caxias, este ano. O político alega que foi vítima de uma falsa denúncia.
No dia 5 do mesmo mês, o vereador e presidente da Câmara Municipal de Itaguaí, na Região Metropolitana, Gilberto Chediac Leitão Torres, conhecido como Gil Torres (União Brasil), foi atacado a tiros na RJ-099, na altura do bairro de Piranema, mas não ficou ferido. O veículo dele chegou a ser atingido pelos disparos, mas por ser blindado, o político não foi atingido. 
No início do ano, em 24 de fevereiro, Jorge Rodrigo de Oliveira Fernandes, de 40 anos, irmão do vereador Paulinho Juventude (PDT), foi executado com mais de 20 tiros, nas proximidades na Praça Caramuru, no bairro São Bernardo, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Uma câmera de segurança flagrou a ação dos criminosos, que aguardaram em um carro até que o homem entrasse na rua. Depois que a vítima vira a esquina, eles aceleram até chegar perto, descem do veículo e atiram. A vítima era gerente de um galpão de caminhões e trabalhava no local havia cerca de quatro anos.