No vídeo, Gabriel aparece com as mãos amarradas sendo conduzido por policiais civisReprodução
Vídeo mostra suspeito de matar a namorada, Jenifer Carvalho Paes, com as mãos amarradas, saindo de uma van da Rocinha, na Zona Sul. Segundo a família da vítima, ele teria sido agredido por traficantes da comunidade.
— Jornal O Dia (@jornalodia) August 31, 2023
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A Polícia Civil apura se Jenifer foi vítima de feminicídio praticado por Gabriel ou se ela se matou. O corpo dela foi encontrado, na segunda-feira (28), com um tiro no peito, dentro da casa em que morava com o namorado. O que se sabe até o momento é que a arma usada na cena do crime pertencia a Gabriel. O armamento foi apreendido e também passou por perícia.
O investigado prestou depoimento logo após supostamente ser agredido e passou por exame residuográfico, procedimento que vai procurar vestígios de metais, como chumbo e cobre, nas suas mãos e roupas. Em seguida, ele foi encaminhado ao Hospital Miguel Couto para cuidar dos ferimentos e depois liberado.
Segundo a delegada Flávia Goes Monteiro, titular da 11ªDP (Rocinha), responsável pelo caso, ainda não está descartado nem feminicídio, nem suicidio. O caso está sendo investigado e ela aguarda o resultado dos exames periciais.
Em depoimento, Gabriel disse que os dois brigaram horas antes, mas que estava dormindo no mesmo quarto que Jenifer e que acordou apenas com o barulho do tiro. A família da vítima contesta essa versão. Eles estiveram na delegacia nesta quarta (30).
Família acredita em feminicídio
Para a família de Jenifer, não há dúvidas que a jovem foi vítima de feminicídio. Segundo a avó, Thaina Leandro Paes, Gabriel era agressivo e mantinha a neta em cárcere privado há cerca de um mês. "Eu criei ela, todos amavam minha neta. Ela era carinhosa, educada, estudiosa. Já tinha 4 meses que ele a levou, mas só tinha 1 mês que eles estavam morando na Rocinha. Foi aí que ele a deixou em cárcere privado. Ele era doente de ciúme", afirmou.
Após a morte, Gabriel ainda teria ligado para a mãe de Jenifer relatando o caso. "Ele friamente ligou para minha filha e disse: 'Vem buscar sua filha que está morta'", disse Thania.
A avó revelou também que a neta não tinha contato com a família, e que a última vez que falou com o pai foi para pedir dinheiro para se alimentar. "O pai passou um pix para ela. Aí ele quebrou o celular dela, para ela não se comunicar com a família. Até aí ela passou o número do celular do irmão para uma amiguinha dela, por isso nós ficamos sabendo do falecimento", explicou.
Ainda de acordo com Thaina, o suspeito armou a cena para parecer que a vítima teria cometido suicídio. "Eu, minha filha e o pai fomos lá, quando chegamos nos deparamos com o corpo dela na cama, com um tiro no peito. Aquele covarde agrediu ela antes e fez parecer suicídio", disse.
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