Publicado 01/08/2023 09:23 | Atualizado 01/08/2023 09:44
Rio - A Polícia Civil realiza, na manhã desta terça-feira (1), mais uma operação contra os envolvidos na morte do miliciano Marco Antônio Figueredo Martins, o Marquinho Catiri, e de seu comparsa, Alexsandro José da Silva, o Sandrinho. Os dois foram mortos em novembro do ano passado em Del Castilho, Zona Norte do Rio.
De acordo com a corporação, o principal alvo da ação é Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, apontado como o mandante do crime. O suspeito já era investigado por chefiar uma quadrilha voltada para comercialização de cigarros e exploração de jogos de azar.
De acordo com a corporação, o principal alvo da ação é Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, apontado como o mandante do crime. O suspeito já era investigado por chefiar uma quadrilha voltada para comercialização de cigarros e exploração de jogos de azar.
Segundo a Polícia Civil, o homicídio foi motivado por uma disputa na contravenção. Catiri, que controlava a milícia que atua em comunidades de Del Castilho e Inhaúma, na Zona Norte, estava ligado a um contraventor rival de Adilsinho.
Dono de uma distribuidora de cigarros e charutos, Adilsinho foi apontado como líder de um grupo que monopolizou a venda de cigarros em diferentes pontos da Região Metropolitana. Investigações apontam que entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020 o bando obteve um lucro de mais de R$ 9 milhões. O grupo age obrigando pequenos comerciantes a venderem cigarros de marca C-One, da Companhia Sulamericana de Tabacos, com sede em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Em maio de 2021, Adilsinho realizou uma festa de aniversário para 500 convidados no Copacabana Palace, quando o Brasil ultrapassava a marca dos 432 mil mortos pela Covid-19. Para despistar, a entrada foi feita pela porta dos fundos, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Na portaria, os convidados recebiam máscaras para entrar no prédio.
Recentemente, o contraventor também foi alvo de operação da Polícia Federal para desmantelar uma organização criminosa armada e transnacional especializada em comércio ilegal de cigarros. Segundo dados dos investigadores, a quadrilha já teria sonegado cerca de R$ 2 bilhões em impostos.
No último dia 18, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizaram uma operação para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra envolvidos na morte de Catiri. Os policiais da especializada realizaram buscas para prender o PM Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como Sem Alma, lotado no 15º BPM (Duque de Caxias). Apesar das buscas, o agente não foi encontrado.
Sem Alma é um dos três acusados de envolvimento na morte de Marquinho Catiri, que já foram identificados. Em março, José Ricardo Gomes Simões foi preso na orla da praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, a partir da troca de informações com a Polícia Rodoviária Federal. Já em dezembro do ano passado, George Garcia de Souza Alcovias foi preso no município de Francisco Morato, em São Paulo. Contra os dois foram cumpridos mandados de prisão preventiva.
No último dia 18, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizaram uma operação para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra envolvidos na morte de Catiri. Os policiais da especializada realizaram buscas para prender o PM Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como Sem Alma, lotado no 15º BPM (Duque de Caxias). Apesar das buscas, o agente não foi encontrado.
Sem Alma é um dos três acusados de envolvimento na morte de Marquinho Catiri, que já foram identificados. Em março, José Ricardo Gomes Simões foi preso na orla da praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, a partir da troca de informações com a Polícia Rodoviária Federal. Já em dezembro do ano passado, George Garcia de Souza Alcovias foi preso no município de Francisco Morato, em São Paulo. Contra os dois foram cumpridos mandados de prisão preventiva.
Até a última atualização desta reportagem, Adilsinho e Sem Alma não haviam sido localizados.
Quem era o miliciano
Marquinho Catiri era líder de um grupo paramilitar que age nas Zonas Norte e Oeste do Rio. A milícia comandada por ele atua em Padre Miguel, Del Castilho, Engenho de Dentro e nas comunidades Águia de Ouro, Guarda, Fernão Cardim, Belém-Belém, e outras vizinhas.
Quem era o miliciano
Marquinho Catiri era líder de um grupo paramilitar que age nas Zonas Norte e Oeste do Rio. A milícia comandada por ele atua em Padre Miguel, Del Castilho, Engenho de Dentro e nas comunidades Águia de Ouro, Guarda, Fernão Cardim, Belém-Belém, e outras vizinhas.
A favela do Catiri, em Bangu, é reduto principal do grupo. Ainda segundo as investigações, Catiri era braço direito do contraventor Bernardo Bello. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realizou uma operação para prender o bicheiro no último dia 27, mas não o encontrou.
Em novembro do ano passado, a Polícia Federal obteve um áudio enviado por Catiri ao contraventor. Na gravação, os dois aparentavam ter uma forte ligação. Nas mensagens, Marquinho afirmava que estava gerindo e mantendo todo o negócio enquanto Bernardo estava afastado. Além disso, agradecia a confiança por "colocá-lo em seu negócio".
O miliciano também passava o panorama de como está a situação da organização criminosa, a qual se referiam como "empresa". Ele também contava que intensificou a segurança pessoal porque inimigos estariam oferecendo milhões de reais para quem conseguisse matá-lo.
O áudio enviado por Marquinho Catiri também revelou um suposto esquema de corrupção envolvendo policiais civis e os contraventores. O miliciano afirmou que fazia pagamentos e reuniões com agentes de segurança pública.
Relembre a morte
Marquinho foi assassinado no dia 19 de novembro de 2022 enquanto saía de uma casa na comunidade da Guarda, em Del Castilho, na Zona Norte do Rio. Segundo a DHC, seis homens alugaram um imóvel próximo onde o alvo estava, realizaram uma emboscada e atiraram contra ele.
O miliciano foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu. Na época, policiais estiveram no local do crime e apuraram que a execução ocorreu no momento em que Catiri estava saindo ou entrando em uma academia de musculação, da qual era o dono e teria sido montada no local para o seu uso exclusivo.
Lá, os agentes identificaram o imóvel, localizado na Rua Pedro Borges, com ampla visão para onde os milicianos se encontravam, que foi utilizado pelos autores do crime como base para o ataque. Além disso, eles realizavam vigilância sobre a vítima principal utilizando um drone para mapear a comunidade.
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