Menina de três anos morreu após uma abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF)Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - O Ministério Público Federal (MPF) estuda recorrer da decisão da Justiça Federal, que negou o pedido de prisão preventiva dos três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na morte da menina H.S.S, de 3 anos, na Baixada Fluminense. O órgão disse estar convicto que a prisão é a medida mais adequada neste caso.
Um outro requerimento foi encaminhado pelo MPF à 1ª Vara Federal, onde é solicitado uma nova perícia em todas as armas que estavam com os policiais rodoviários federais e no fragmento de bala que atingiu a criança. Também foi pedido uma nova perícia no carro em que estava a família da criança.
No pedido, o procurador da República Eduardo Benones, coordenador do Núcleo do Controle Externo da Atividade Policial do MPF no Rio de Janeiro, argumenta que a realização de novas perícias é necessária, porque se trata de um caso em que a competência de atuação é federal. "Para evitar futuras alegações de nulidade, será adequado que a Polícia Judiciária da União (Polícia Federal) realize todas as perícias". O MPF aguarda ainda a decisão da 1ª Vara Federal.
Agentes vão usar tornozeleira eletrônica
Na mesma decisão que deferiu a prisão preventiva dos agentes, o juiz da 1ª Vara Federal acatou outras medidas cautelares solicitadas pelo MPF. Os policiais Fabiano Menacho Ferreira, autor dos disparos que atingiram a criança, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva terão que usar tornozeleira eletrônica e estão afastados das funções policiais com o recolhimento das armas. Além disso, estão proibidos de se aproximar da família da vítima e do carro em que H.S.S foi baleada, e não podem sair de casa à noite e nos dias de folga. 
Os agentes têm 48 horas para comparecer à Central de Monitoramento para a colocação da tornozeleira eletrônica. Devem, ainda, manter permanentemente atualizados seus endereços residenciais, além de telefones fixos e celular. A Justiça Federal informou que o caso tramita sob segredo.
Procurada, a Justiça Federal informou que o caso tramita sob segredo.
Família reage à decisão da Justiça
O pai da menina H. S. S., de 3 anos, voltou às redes sociais, nesta segunda-feira (18), para criticar decisão da Justiça Federal que negou o pedido de prisão dos agentes envolvidos no caso. Segundo a publicação de Willian da Silva, a decisão impede que o "mínimo" necessário para punir os policiais aconteça.
"Nada trará a vida da minha filha de volta. Mas quem tirou a vida dela tem que pagar. É o mínimo que se exige é a responsabilização dos policiais. Era para minha filha estar em casa comigo agora brincando, essa atitude covarde fez com que perdêssemos nossa filha. A prisão é o mínimo que se espera", declarou o pai da pequena.