Rio - O vice presidente jurídico e geral do Flamengo, Rodrigo Dunshe, afirmou à imprensa, na noite desta terça-feira (19), que o vice presidente do time, Marcos Braz, foi perseguido e ameaçado por um torcedor em um shopping na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Segundo Dunshe, a ação foi premeditada e planejada por uma torcida organizada.
"Há dois dias, uma torcida organizada disse que iria perseguir dirigentes, atletas e entre outros do Flamengo. E a própria torcida que falou que ia fazer, fez. O Marcos Braz estava com a filha dele, em uma situação totalmente constrangedora. Foi ameaçada a vida dele na frente de sua filha e ele tomou uma reação. Vocês conversem com ele, com certeza ele se sentiu muito ameaçado. Mas ele é a vítima da história.
Ainda segundo o vice presidente jurídico, a atitude do torcedor seria um crime e a polícia iria investigar a suposta torcida organizada por trás do ato contra Braz. "Ele vai correr atrás dessas pessoas, a polícia vai correr atrás dessas pessoas, dessa organização. Para mim esse tipo de coisa como ameaça, perseguição não podem acontecer. Isso é crime", explicou.
"Estava passeando. Acabou encontrando o Marcos. Ele apenas demonstrou sua insatisfação como torcedor do Flamengo, mas em nenhum momento foi agressivo. Nada que saia da formalidade ou algo do tipo. Acabou sendo agredido pelo Marcos Braz e seus seguranças. Ele fez até então os primeiros procedimentos, fez um curativo, porém ele precisa comparecer ao Instituto Médico Legal para realizar o exame de corpo de delito para verificar a gravidade da lesão", disse.
O torcedor Leandro Campos da Silveira Gonçalves Junior, de 22 anos, foi encaminhado para a 16ª DP (Barra da Tijuca) após ser atendido no Hospital Municipal Lourenço Jorge, também na Barra. Braz também esteve na delegacia para prestar depoimento sobre o assunto.
A briga aconteceu no momento em que Braz estava no Barra Shopping, acompanhado da filha de 15 anos, quando foi abordado e cobrado por torcedores pelo momento turbulento da equipe. O vídeo da agressão foi compartilhado pelo jornalista Venê Casagrande. Em contato com o jornalista, Leandro Gonçalves Junior, que trabalha como entregador, disse que pediu para que o dirigente saísse do Flamengo, mas ele não gostou e partiu para a agressão. O torcedor também afirmou ter sido mordido por Braz.
"Eu vi ele dentro da loja da Pandora. Só gritei para ele sair do Flamengo. Quando virei de costas e fui andando. Quando eu vi, ele correu atrás de mim. Ele e o segurança dele me agrediram. E ele me mordeu também", alegou.
Já Marcos Braz afirmou que estava passeando pelo shopping com sua filha, quando o torcedor em questão começou a agredi-lo verbalmente. "Eu estava com três meninas e estava comprando um presente para a minha filha. E o cara começou a me agredir verbalmente. Um absurdo", alegou o dirigente.
Após o ocorrido, Marcos Braz precisou se refugiar dentro de uma loja, onde ficou por mais de uma hora, e muitos curiosos tomaram o corredor do shopping. O dirigente deixou o local por volta das 18h20, escoltado por policiais e seguranças, e foi muito xingado por torcedores que acompanhavam a situação.
O vice-presidente vive um momento de pressão no Flamengo. Braz não é mais unanimidade entre os rubro-negros, que já pedem sua saída há algum tempo. No domingo (17), após a derrota para o São Paulo no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, ele foi xingado no Maracanã.
O painel de votação da Casa exibiu um sinal de interrogação ao lado de seu nome durante a votação que envolvia uma discussão para autorizar ou não a Prefeitura do Rio contrair um empréstimo ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 702 milhões. Marcos Braz foi eleito vereador nas eleições de 2020, quando foi o sexto candidato mais votado. Ao todo, foram 40.938 votos. A falta do vereador será registrada na Câmara.
"Os parlamentares podem registrar presença de forma virtual entre as 13h30 e as 16h, no chamado Grande Expediente, quando os vereadores fazem seus discursos. No entanto, após o início da Ordem do Dia, às 16h, é necessária a votação presencial. Como o vereador Marcos Braz (PL) estava ausente durante a votação desta terça-feira (19), o sistema registrou falta para o parlamentar", disse a Câmara.
Essa não será a primeira ausência no histórico de frequência do vice-presidente do Flamengo. Segundo um levantamento do IG, ele é o segundo vereador com mais faltas na Casa. No primeiro semestre de 2023, o dirigente não compareceu à Câmara seis vezes, empatado com Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Braz só fica atrás da vereadora Verônica Costa (PL-RJ), conhecida como Mãe Loira do Funk, que faltou 12 vezes.
As votações presenciais na Câmara acontecem às terças e quintas-feiras. Às quartas, as sessões são realizadas de maneira remota.
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