Sepultamento de Luiza Fernanda, morta pelo pai a golpes de marteloCléber Mendes/Agência O Dia
Muito abalada, a mãe da menina acompanhou o velório, mas passou mal e não conseguiu estar presente no momento do sepultamento.
"A gente já esperava que ela fosse passar mal, devido a não estar conseguindo se alimentar direito, fizemos o possível por ela. Estamos tão indignados quanto ela [a mãe], mas ela está muito abalada com tudo isso", disse Daiane de Albuquerque, prima da vítima.
Além de Luiza, a prima Ana Beatriz da Silva Albuquerque, de 4, também morreu no ataque. O enterro da criança também foi realizado na tarde deste domingo, no Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste.
De acordo com Alexander Gomes, primo das mães das meninas, Davi mostrou ser uma pessoa agressiva, mas os familiares não acreditavam que ele seria capaz de tirar a vida da própria filha e da sobrinha.
"O Davi já havia mostrado para a gente que ele era capaz de ser uma pessoa agressiva, de cometer algum tipo de atitude agressiva, mas não chegar a matar alguém, muito menos a própria filha. Ele já havia invadido a casa da minha avó, inclusive procurando a mulher, quando ela se separou dele, junto com o filho", afirmou.
Alexander ainda revelou que Davi também é pai de um menino de 18 anos, que o ajudava em ataques que realizou contra a mãe de Luiza, como o episódio em que invadiu uma residência em busca da mulher.
"Ele tem um filho de dezoito anos e participou de muita coisa com ele, inclusive dessa invasão da casa da minha avó. Quase matou meus avós com pedradas procurando pela mulher quando houve a separação", disse.
O primo das vítimas ainda falou sobre o fato de a ex-companheira de Davi ter obtido uma medida protetiva. "Ela fez um boletim de ocorrência, conseguiu a medida protetiva e ficou tudo bem, mas esse fato acabou com a família da gente, uma dor imensurável que a gente está sentindo. Imaginar que isso poderia acontecer, jamais imaginamos. Tanto que a irmã dela, a Natasha, confiou. Ela que está lutando pela vida no hospital também", lamentou
Natasha Maria Silva Gonçalves de Albuquerque, mãe de Ana Beatriz e tia de Luiza, que foi torturada e queimada pelo ex-cunhado, segue internada no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, e seu quadro de saúde é considerado grave.
"Eram duas meninas muito amadas. Três com a Natasha, que está no hospital", completou Daiane.
A mulher conseguiu se soltar e levou as crianças até o portão, quando foi socorrida por vizinhos, que acionaram a Polícia Militar. Luiza e Natasha foram encaminhadas ao Hospital Albert Schweitzer, em Realengo. No entanto, a menina morreu ao dar entrada na unidade. Já Ana Beatriz foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde já chegou sem vida.
De acordo com a Polícia Civil, Davi dirigiu do local do crime até cair com o carro na linha férrea na altura da Mangueira, na Zona Norte da cidade. Moradores da região foram ao local do acidente e viram um celular tocando no meio do mato. Uma pessoa que atendeu foi informada de que Davi havia acabado de matar duas crianças e então a polícia foi acionada. Davi fugiu a pé do local do acidente e foi capturado por policiais do Segurança Presente na Rua Conde de Bonfim, em frente ao Tijuca Tênis Clube, na Zona Norte.
Davi estava separado da mãe há um mês. Os dois tiveram um relacionamento que durou nove anos e moraram juntos até a separação. Segundo familiares das vítimas, Davi era um homem controlador, mas não demonstrava isso para a família da mãe de Luiza. Segundo relatos, a jovem, de 23 anos, não podia ter celular, amigos e nem acesso a redes sociais. O relacionamento acabou quando a mãe de Luiza fugiu, registrou um boletim de ocorrência e conseguiu uma medida protetiva contra Davi por violência doméstica. Porém, ele ainda tinha o direito de ver a filha uma vez por semana.
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