Os alunos do 6º ano agrediram uma professora do Colégio Pedro II, do campus Humaitá II, na Zona do RioDivulgação/Agência Brasil

Rio - Os alunos do 6º ano que agrediram uma professora do Colégio Pedro II, do campus Humaitá II, na Zona Sul do Rio, foram suspensos por dois dias. Segundo a direção do colégio, essa foi uma medida cautelar e preventiva de imediato, pois um processo disciplinar foi instaurado para avaliar a sanção final a ser aplicada. Além disso, uma comissão foi criada para apurar os fatos. O caso foi registrado na 10ªDP (Botafogo) no último dia 19. A instituição enviou ainda relatórios acerca dos estudantes envolvidos ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público Federal.
De acordo com a Polícia Civil, os envolvidos serão ouvidos, e os agentes aguardam o resultado do exame de corpo delito. Demais investigações serão realizadas para esclarecimento dos fatos.

Segundo a direção da unidade, a professora Ana Paula Loureiro estava substituindo a docente regular de uma turma do 6º ano quando, ao final da aula, enquanto estava de cabeça baixa realizando anotações, recebeu tapas na nuca. A agressão foi motivada por uma aposta entre uma aluna, que desferiu os tapas, e um aluno da mesma sala. O caso aconteceu no último dia 18.

Ao tomar ciência do ocorrido, no mesmo dia, a direção suspendeu preventivamente por dois dias os alunos envolvidos e instaurou um processo disciplinar que irá propôr a sanção final a ser aplicada.

O chefe de gabinete da reitoria foi notificado do episódio no dia seguinte. A professora envolvida registrou o boletim de ocorrência na 10ª DP (Botafogo), e a direção do campus a acompanhou o caso.

"Internamente, foi composta uma comissão, constituída de três membros do corpo de servidores, que procederá à apuração dos fatos, ouvindo todos os envolvidos e citados, garantido o direito do contraditório e ampla defesa, conforme preconiza o Código de Ética Discente do Colégio Pedro II e a Portaria nº 1.924, de 28 de maio de 2019, que regulamenta os procedimentos inerentes ao disposto no Artigo 7.º do Código de Ética Discente do Colégio Pedro II. O Relatório Final, com a proposta da sanção, será enviado à Reitoria. O processo corre em sigilo em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente", explicou a instituição em nota.

Ainda em comunicado, a direção geral do Campus Humaitá II e sua equipe, além da Reitoria do CPII informaram que se solidarizam com a nossa professora Ana Paula Loureiro sobre o episódio ocorrido em sala de aula e reafirmaram o compromisso com o respeito e a ética.

"Infelizmente, temos observado um aumento significativo, por parte do corpo discente, de ações que geram violência, decorrentes de vários fatores, mas principalmente da falta de respeito, de limites e empatia ao próximo. São urgentes reflexões e discussões sobre a escola que vivemos hoje com tantos conflitos geracionais e sociais, com a intensidade e recorrência destes", disse.

Agressão teria sido motivada por desafio da internet

Um comunicado interno do Departamento de Inglês da instituição, publicado na última sexta-feira (22), informou que a professora foi agredida por causa de um desafio intitulado de "Slap Your Teacher Challenge", em livre tradução "Desafio dê um tapa no seu professor", iniciado entre os jovens na rede social TikTok.

O desafio inaceitável, criado em outubro de 2021, consiste em gravar o momento em que alunos disparam um tapa no rosto do professor. "Nós, docentes do departamento de inglês do Colégio Pedro II, expressamos nosso mais profundo repúdio e preocupação em relação ao lamentável ocorrido em nossa instituição. Lamentavelmente, parece que o desafio chegou até nós", disse o departamento.

Em outubro de 2021, quando o desafio havia viralizado nos Estados Unidos (EUA), o TikTok se pronunciou sobre o caso através do Twitter: "O suposto desafio é um insulto aos educadores de todos os lugares. E embora isso não seja uma tendência no TikTok, se em algum momento aparecer, o conteúdo será removido".
Caso de sexo em escola de Realengo
No último dia 17, um caso de sexo em grupo envolvendo alunos menores de idade do Colégio Pedro II, no Campus Realengo, foi alvo de investigação da Polícia Civil. Segundo informações preliminares, 16 adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, além de uma jovem de 19 anos, que pode ser acusada de estupro de vulnerável, estariam envolvidos. A direção do colégio disse em comunicado, neste sábado (17), que abriu processo disciplinar sobre o ocorrido.
A prática libidinosa teria sido flagrada e denunciado por outros alunos da unidade. O ato teria acontecido em uma sela desativada da instituição, no último dia 13. De acordo com relatos dos estudantes que presenciaram, o sexo envolvendo os estudantes foi marcado com antecedência em grupos de aplicativos de mensagens.
Colégio tradicional no Rio
Fundado em 2 de dezembro de 1837, o Colégio Pedro II é uma das mais tradicionais instituições públicas de ensino básico do Brasil. Em seus mais de 180 anos, o Colégio passou por períodos de expansão e modernização e conta com 14 campus, sendo 12 no município do Rio de Janeiro, um em Niterói, na Região Metropolitana e um em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, além de um Centro de Referência em Educação Infantil, localizado em Realengo.

Com mais de 12 mil alunos, o Colégio Pedro II oferece Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio Regular e Integrado, Educação de Jovens e Adultos (Proeja), além de cursos de graduação e pós-graduação.