Familiares, amigos e personalidades homenageiam carnavalesco Max Lopes durante velório em NiteróiPedro Ivo/Agência O Dia

Rio - Familiares, amigos e personalidades se despediram, no início da tarde desta terça-feira (26), do carnavalesco Max Lopes, no Cemitério Parque da Colina, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. O artista, ícone da folia e três vezes campeão do Grupo Especial, faleceu, no sábado (24), aos 85 anos, em decorrência de um câncer de próstata em estágio avançado.
"Fica essa história dele. O bigode mais famoso do Carnaval. Até coloquei uma homenagem para ele nas redes sociais, justamente porque era a marca registrada dele. Esperamos que as futuras gerações reconheçam essa figura, reconheçam a história dele, a contribuição dele para o Carnaval", disse o carnavalesco da Porto da Pedra, Mauro Quintaes. 
Segundo o artista, a influência de Max, conhecido como o Mago das Cores, foi o que moldou a sua identidade no meio do Carnaval. Mauro explica que começou a trabalhar com o carnavalesco no fim da década de 1990, por indicação do próprio pai.
"Eu não estaria aqui falando de Carnaval, não fosse uma figura ilustre como o Max. (...) Tudo que aprendi de estrutura de Carnaval, de mecânica de Carnaval, de barracão, tudo foi criado por influência dele e de Joãozinho Trinta. Eles criaram essa minha identidade carnavalesca", declarou Quintaes.
Durante o velório e sepultamento, integrantes das agremiações por onde Max deram o último adeus ao artista. Grupos uniformizados da Mangueira, Imperatriz Leopoldinense e Unidos do Viradouro estiveram presentes. Algumas agremiações também enviaram coroas de flores em homenagem ao artista.
O também colega de profissão, Jorge Silveira, carnavalesco da Mocidade Alegre, agremiação de São Paulo, diz que Max transformou o carnaval carioca como conhecemos: "Um ser humano incrível, extremamente generoso e que formou gerações de profissionais. Hoje temos que render homenagens, mas coma certeza de que ele é imortal".
Silveira também se recordou de situações vividas ao lado do profissional, com quem trabalhou junto em duas oportunidades. "Trabalhamos no carnaval da Viradouro de 2016. Um trabalho de muita dificuldade, mas a emoção do trabalho sobrepujou tudo isso e eu pude ver a força da arte do Max", lembrou Silveira, que é o atual campeão do Grupo Especial de São Paulo, pela Mocidade Alegre. 
Max foi duas vezes campeão à frente da Estação Primeira de Mangueira, com o enredo “Yes, Nós Temos Braguinha”, em 1984, e "Brazil com ‘Z’ é pra cabra da peste, Brasil com ‘S’ é nação do Nordeste”, em 2002, além de uma vez na Imperatriz Leopoldinense, em 1989, com o enredo “Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós”.
O carnavalesco estava internado no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, em Maricá, onde morreu no último sábado. Segundo a prima do artista, Vera Lucia Garcia, de 74 anos, antes disso, ele já havia ficado debilitado após contrair covid-19. 
"Sempre foi uma pessoa alegre, uma pessoa de caráter, firme e com seus objetivos e que conseguiu. Um guerreiro na vida. Conseguiu fazer tudo que ele planejava e almejava. Agora conseguiu descansar", declarou a familiar. 
*Colaborou Pedro Ivo