Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Reprodução / Google Street View

Rio - O professor Leonardo dos Santos Avilla foi demitido, nesta quarta-feira (4), pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), após se tornar alvo de investigação por denúncias de assédio moral e sexual contra estudantes e colegas de profissão. O caso foi revelado pelo programa 'Fantástico', da TV Globo, em dezembro de 2021.
De acordo com a universidade, o Diretório Acadêmico Chico Mendes, de Biologia, realizou uma denúncia contra o docente ao Instituto de Biociências (Ibio), que encaminhou o memorando à Reitoria e, em seguida, à Comissão de Ética da Unirio, para apuração dos fatos, em dezembro de 2021. No mesmo mês, o Departamento de Zoologia decidiu pelo afastamento do professor investigado das atividades letivas. O próprio Conselho Regional de Biologia solicitou à Reitoria informações do processo apuratório, de modo a colaborar nas instruções do processo ético disciplinar. São pelo menos 30 alunas que disseram ter sido vítimas do professor.
Em portaria publicada em Diário Oficial, e assinada pelo reitor da Unirio José da Costa Filho, foi comunicado que, após acesso a relatos e provas apresentados pelas vítimas, a prática de assédio sexual foi comprovada. A demissão vai de acordo com ato recente do presidente Lula, que assinou parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) em 4 de setembro impondo a pena de demissão para casos de assédio sexual no serviço público.
Ávilla atuava como professor de paleontologia e zoologia. Na época das denúncias, ele era chefe do Laboratório de Mastozoologia da Unirio, responsável por estudo de mamíferos extintos.
Muitas das denunciantes abandonaram a carreira acadêmica após os assédios. Uma delas abandonou o doutorado e devolveu o dinheiro recebido do governo, quando já estava estudando no exterior porque o professor retirou seu projeto quando a aluna solicitou a mudança de orientador.
O DIA busca contato com a defesa do professor.