Rio - O Conselho Federal de Medicina (CFM) exigiu, nesta quinta-feira (5), a investigação rigorosa no caso do ataque criminoso que resultou na morte dos três médicos ortopedistas e deixou um outro especialista gravemente ferido, em um quiosque na orla da praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Por meio de uma nota, o CFM manifestou seu repúdio ao ocorrido e ainda cobrou das autoridades medidas que tragam segurança aos moradores e turistas. Segundo o órgão, 'não pode haver a banalização da violência, o que demanda adoção de uma série de medidas urgentes em favor do bem-estar e da vida'.
"Contando com o empenho de todos para superar o clima de insegurança que tomou conta de parte do País, resultado da violência sistêmica historicamente negligenciada, o CFM aproveita essa oportunidade para manifestar seu pesar. Neste momento de consternação, o CFM empenha solidariedade às famílias e amigos das vítimas, Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim. Da mesma forma, deseja rápida recuperação ao colega Daniel Sonnewend Proença, que se encontra internado", informa nota.
Na madrugada desta quinta (5), três médicos foram mortos a tiros e um quarto ficou ferido em um quiosque na Avenida Lúcio Costa. As vítimas atuavam em São Paulo e estavam de passagem pela cidade devido a um congresso internacional de ortopedia. Imagens registradas por câmeras de segurança da região mostram que suspeitos desceram de um carro e atiraram diversas vezes contra os profissionais de saúde. No local, houve correria e desespero durante o ataque.
Ainda pelas imagens, é possível ver que os médicos ortopedistas estavam sentados no quiosque em frente ao Hotel Windsor, quando no início da madrugada, por volta das 1h, um carro branco parou, e ao menos 3 homens vestidos de preto e armados desembarcaram e atiraram contra eles. Um dos criminosos chegou a voltar para atirar mais em uma das vítimas que tentava se refugiar atrás do quiosque.
De acordo com a Polícia Militar, ao serem acionados, agentes do 31° BPM (Recreio dos Bandeirantes) encontraram as quatro vítimas baleadas sendo socorridas por militares do Corpo de Bombeiros. Os três médicos identificados como Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, Perseu Ribeiro Almeida, 33, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, morreram ainda no local do fato. O outro, Daniel Sonnewend Proença, 32, foi socorrido ainda com vida e encaminhado até o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. Ele foi transferido á noite para uma unidade particular e seu estado de saúde é estável
Ainda segundo a corporação, os policiais chegaram a efetuar buscas para encontrar o paradeiro dos suspeitos, mas nada foi constatado. O policiamento foi reforçado na região. A área foi isolada e o local preservado para o trabalho da perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
De acordo com a Polícia Civil, a perícia foi realizada no local, testemunhas estão sendo ouvidas e imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas. Investigações estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime.
Autoridades suspeitam que o crime possa ter sido uma execução devido a uma das vítimas, Diego Bomfim, ser irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (Psol) e cunhado do deputado federal Glauber Braga (Psol).
Outra hipótese de investigação é que Perseu Almeida tenha sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste.
As investigações do caso estão a cargo da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e serão acompanhadas pela Polícia Federal, a mando do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A Polícia Civil de São Paulo, estado de onde os médicos são naturais, equipes para auxiliarem as investigações sobre a execução. Por determinação da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foi deslocada ao Rio uma equipe do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) e uma equipe do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil).
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