Apreensões feitas nas operações do Complexo da Maré, nesta Segunda-feira (09).Pedro Ivo/Agência O Dia

Rio - A megaoperação que ocorreu desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (9) nos Complexos da Penha e da Maré, na Zona Norte, e na Cidade de Deus, na Zona Oeste, provocou um prejuízo estimado de R$ 12 milhões às facções criminosas. As informações foram divulgadas pelo governador do Rio, Cláudio Castro, no início da tarde desta segunda (9).

De acordo com Castro, o prejuízo estimado é com base na apreensão de 100kg de pasta de cocaína em um galpão perto da Vila Cruzeiro, na Penha, e de mais de meia tonelada de maconha e drogas sintéticas apreendidas no Complexo da Maré. Nove pessoas foram presas, sendo seis com mandado de prisão em aberto e três em flagrante. 
A ação foi uma resposta às mortes dos médicos na Barra da Tijuca, semana passada. Dois helicópteros das polícias foram atingidos por disparos. Um agente foi atingido por estilhaços, mas o ferimento foi sem gravidade. Segundo o Governo do Rio, 1.000 agentes atuam nas comunidades.

"Nossos policiais estão usando drones, câmeras portáteis, aparelhos de reconhecimento facial e placas de veículos, além de viaturas e armamentos de última geração. Vamos devolver o território do Complexo da Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus aos seus verdadeiros donos, os moradores. Esse é só o começo e não iremos recuar um milímetro sequer", disse o governador.

Castro disse ainda que está reunido com os secretários das polícias Militar e Civil, e com a
e com a secretária de Administração Penitenciária. "Eles vieram me apresentar um balanço parcial da grande ação que estamos realizando desde as primeiras horas de hoje, a Operação Maré", publicou.
Megaoperação
O objetivo da ação foi cumprir mais de 100 mandados de prisão, entre os alvos estão criminosos da cúpula do Comando Vermelho (CV) envolvidos em disputas territoriais, como Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, e Edgar Alves de Andrade, o Doca. Outro procurado é Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, que teria participado do ataque aos médicos ortopedistas. A principal tese da investigação é que o médico Perseu Almeida tenha sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa.

Armas e entorpecentes também foram apreendidas depois de serem encontradas enterradas perto da Escola Municipal Vereadora Marielle Franco, na Maré. De acordo com o Governo do Rio, foram apreendidos ainda um fuzil 7.62 e um simulacro, dezenas de artefatos explosivos e carregadores, centenas de munições de diversos calibres radiocomunicadores. O governo informou também que 29 toneladas de barricadas foram retiradas da Maré.

Durante a ação na Vila Cruzeiro, criminosos colocaram fogo em objetos para dificultar o acessos dos policiais. Dois helicópteros, sendo um da PM e outro da Civil, foram alvos de disparos. O veículo da Core teve que fazer um pouso de emergência, mas nenhum agente ficou ferido.
No total foi encontrado um laboratório de refino de drogas e fabricação de explosivos no Parque União. Um local onde eram armazenados medicamentos, drogas e material para preparo, na Nova Holanda, ambos no Complexo da Maré. Além disso, 33 veículos foram apreendidos.

Em coletiva realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro do Rio, o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado José Renato Torres, contou que as operações usam tecnologia, como drones e câmeras de reconhecimento facial.