Kayky Britoreprodução

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro solicitou a autuação de Bruno de Luca por omissão de socorro no atropelamento que vitimou o ator Kayky Brito, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A manifestação é de autoria da Promotoria de Justiça junto ao IX Juizado Especial Criminal da Capital. 
De acordo com o documento, a atitude do ator e apresentador de ir embora sem prestar socorro no momento do acidente, como mostraram câmeras de segurança do local, configurou omissão de socorro. "Não há nenhuma dúvida quanto à consumação da omissão de socorro, na medida em que esta configura-se com a simples abstenção, no exato momento em que poderia agir, mas preferiu omitir o socorro agindo com dolo de perigo, ou seja, com vontade livre de abster-se de socorrer, com a consciência da situação de perigo em que se encontrava a vítima", afirmou o manifesto. 
O ofício ressaltou ainda que Bruno estava na companhia de Kayke, mas foi o único que teria saído do local logo após o atropelamento, sem adotar qualquer providência para prestar socorro, além de nem procurar saber se alguma solicitação havia sido feita, até porque relatou que sequer sabia quem teria sido a vítima do atropelamento, nem mesmo como retornou para sua residência.
"Ora, conclusão lógica e óbvia é que o referido senhor Bruno não se importou sequer em ter qualquer conhecimento quanto às providências que teriam sido adotadas para prestação de socorro daquela vítima, não podendo se eximir de responsabilidade pelo crime previsto no artigo 135 do Código Penal", concluiu o documento. 
Procurada pelo DIA, a assessoria de imprensa do apresentador informou que 'em momento algum Bruno De Luca pode ser acusado de omissão de socorro, já que várias pessoas já estavam prestando o auxílio necessário, inclusive chamando os bombeiros'.
"Bruno prestou todos os esclarecimentos, não por outra razão concluiu-se pela inexistência de qualquer ato impróprio", completou a nota.
Relembre o caso
Em 27 de setembro, a Polícia Civil concluiu o inquérito do atropelamento de Kayky, que ocorreu no dia 2 de setembro na Avenida Lúcio Costa. De acordo com as investigações, o motorista Diones Coelho Silva estava dirigindo a 48km/h, abaixo da velocidade permitida na via, que é de 70km/h.

Ainda segundo o delegado Ângelo Lages, da 16ªDP (Barra da Tijuca) responsável pelo caso, o motorista não responderá por crime algum porque ficou comprovado que ele estava dentro do limite de velocidade e não havia ingerido bebida alcóolica. Além disso, Diones conduzia o automóvel com atenção e, após o acidente, parou o carro e prestou socorro. A polícia solicitou o arquivamento do caso e encaminhou o inquérito ao Ministério Público. 
O ator sofreu politrauma corporal e traumatismo craniano e ficou internado no Hospital Copa D'Or, na Zona Sul do Rio. Atualmente, Kayky teve alta e se recupera em casa.
O laudo de perícia produzido pelo Instituto Criminalística Carlos Éboli (ICCE) atestou que o motorista estava a menos de 10 metros e a 0,73 segundo de distância de Kayky quando ele iniciou a travessia na pista, correndo e saindo de trás de outro carro.

De acordo com os peritos, para ter um tempo hábil de reação e tentar evitar uma possível colisão, a distância inicial entre condutor e pedestre deveria ser de mais de 26 metros. Ou seja, mais do que o dobro.