Delegado Renato Mariano é um dos alvos da operação Divulgação

Rio - O delegado Renato dos Santos Mariano, alvo da operação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira (20), foi afastado das funções e vai ser monitorado por tornozeleira eletrônica. O titular da 33ª DP (Realengo) e outros três agentes são investigados por desviar e traficar 280kg de cocaína que foram apreendidos em dezembro de 2020.
Na ocasião, Renato era titular da 25ª DP (Engenho Novo) e no registro de ocorrência consta que uma equipe da distrital havia apreendido sete malas com 220kg de cocaína pura na Avenida Brasil, na altura do Complexo da Maré, na Zona Norte. No entanto, as investigações da PF apontam que outras 10 malas com 280kg do entorpecente teriam sido desviadas e vendidas pelos agentes.
A Polícia Federal assegura que o setor de inteligência da corporação já acompanhava o caminhão com a carga de cocaína que seria exportada, por meio de contêiner do Porto do Rio. A PF sabia que ao todo, eram 500 kg da droga, que estariam acondicionados em 17 malas. Os entorpecentes seriam apreendidos no destino final.
Renato dos Santos Mariano comentou a apreensão de cocaína à época. Ele afirmou que a droga seria vendida pela maior facção criminosa do estado e que o material era avaliado em mais de R$ 6 milhões. Na ocasião, o motorista do caminhão, identificado como Claudio Luiz Cancissu Maia, de 45 anos, foi preso em flagrante. 
Em nota divulgada na época, a Polícia Civil afirmou que a ação foi fruto de um trabalho de inteligência da corporação, que permitiu a localização do veículo próximo ao Complexo da Maré.
A apreensão aconteceu quando Renato Mariano era titular da 25ª DP (Engenho Novo). No entanto, o investigado já esteve à frente de diversas delegacias na Região dos Lagos, incluindo a 126ª DP (Cabo Frio), 118ª DP (Araruama) e a 132ª DP (Arraial do Cabo). Anteriormente, o delegado também foi alocado na 24ª DP (Piedade) e na 78ª DP (Fonseca). Atualmente, ele e os outros três policiais investigados desempenham funções na distrital de Realengo, alvo de um dos oito mandados de busca e apreensão desta sexta-feira (20).
Outro endereço foi uma mansão em Vargem Grande, na Zona Oeste, residência de um dos policiais. No local, os agentes encontraram cerca de R$ 70 mil em espécie, entre reais e dólares. A Justiça determinou o sequestro de R$ 5 milhões em bens dos investigados.
Em nota, a Polícia Civil informou que a Corregedoria-Geral da corporação apoiou a ação e está instaurando procedimentos internos disciplinares. A Civil reforçou, ainda, que repudia qualquer tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, e reiterou seu compromisso no combate à criminalidade.
Operação Drake
Na manhã de quinta-feira (19), quatro policiais civis que passaram pela Delegacia de Repressão a Furtos de Cargas (DRFC) e um advogado foram presos pelos crimes de tráfico de drogas e corrupção. Os suspeitos são acusados de terem traficado 16 toneladas de maconha, apreendidas na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, a investigação identificou que duas viaturas ostensivas da especializada abordaram um caminhão carregado com a droga. O veículo apreendido foi levado até a Cidade da Polícia Civil, no Jacaré, Zona Norte do Rio, e os policiais negociaram, mediante ao pagamento de propina por intermédio de um advogado, a liberação da carga e a soltura do motorista.

Após o combinado, três viaturas da DRFC escoltaram o caminhão até os acessos da comunidade de Manguinhos, também na Zona Norte, onde a carga foi descarregada por criminosos da maior facção do estado.