Rio - Após parte do ostensório da Igreja São Francisco de Paula, no Largo São Francisco, no Centro do Rio, ter sido furtada neste sábado (4), o pároco da capela, Padre Álvaro, afirmou que um dos suspeitos do crime voltou ao local para tentar levar a base que completa o objeto.
"A gente viu pelas câmeras que um dos suspeitos voltou aqui de novo para procurar o que tinha escondido, mas não encontrou porque nós já tínhamos recuperado e guardado. Infelizmente, ainda não temos nenhuma novidade nas investigações, e a parte furtada ainda não foi recuperada", declarou.
As câmeras de segurança do local flagraram dois suspeitos levando a parte de cima da arte sacra no sábado (4). Em nota, a Polícia Civil afirmou que “o caso foi registrado na 5ª DP (Mem de Sá) e investigações estão em andamento para apurar a autoria do crime e esclarecer todos os fatos”.
Uma equipe da igreja tentou encontrar a peça em ferros velhos e lojas de antiguidades. O pároco contou que desde que chegou, há cerca de 3 anos, nunca aconteceu um roubo deste porte e que apenas candelabros haviam sido levados.
O padre também explicou mais sobre os detalhes e importância do objeto sagrado que foi levado. “Ela era usada no momento da adoração eucarística, para receber a hóstia sagrada. Era uma peça muito bonita. Ela ficava exposta para que os fiéis pudessem ver sempre que quisessem. Já não era tão utilizada, por ser uma peça muito grande, tem 1,40 e por ser mais difícil de usar”, ressaltou.
O historiador Marcos Teixeira estimou que a peça, do século XVIII, valha pelo menos R$ 50 mil. “É uma pena, uma raridade, algo único. Provavelmente será encontrada em um antiquário, ela é valiosíssima. Torcer para que não seja fundida. Como o mercado está em baixa, deve valer cerca de R$ 50 mil. Ainda tem outras peças expostas no local”.
A Igreja de São Francisco de Paula é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por sua importância cultural. A igreja foi fundada pelo Bispo do Rio de Janeiro, com as obras iniciadas em 1756 e concluídas no ano de 1801. O altar e a capela foram esculpidos pelo Mestre Valentim.
*Reportagem do estagiário Lucas Guimarães, sob supervisão de Iuri Corsini
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