Rio - A Polícia Federal investiga o furto de uma arte sacra da Igreja São Francisco de Paula, no Largo São Francisco, no Centro do Rio, que aconteceu neste sábado (4). O caso foi registrado na 5ª DP (Mem de Sá), mas a PF foi acionada porque o ostensório é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Segundo imagens de câmeras de segurança do local, a peça, feita de prata com detalhes banhados em ouro, foi levada por dois suspeitos.
A arte furtada era parte de uma custódia - objeto em que se coloca a hóstia para adoração dos fiéis - de liga metálica, com pedras semipreciosas, medindo 140 cm de altura por 44 cm de largura. Datada do século XVIII, a peça fazia parte do acervo da Igreja, tombado pelo Iphan em 1938 e inventariado em 2001.
Após furtar a custódia, os criminosos a quebraram, deixando sua base no adro da Igreja e levando apenas a parte superior, onde fica o resplendor.
Informado sobre o ocorrido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, na manhã do domingo (5), o Iphan tratou de encaminhar fotos e a ficha da peça furtada no Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados, para contribuir com os trabalhos de investigação da Polícia Federal.
Qualquer informação acerca do paradeiro da peça deve ser comunicada ao Iphan, pelo e-mail cnart@iphan.gov.br.
De acordo com o pároco da capela, Padre Álvaro, um dos suspeitos ainda retornou ao local para tentar levar uma parte do objeto que havia sido escondida no estacionamento da igreja. "A gente viu pelas câmeras que um dos suspeitos voltou aqui de novo para procurar o que tinha escondido, mas não encontrou porque nós já tínhamos recuperado e guardado", contou.
Uma equipe da igreja tentou encontrar a peça em ferros velhos e lojas de antiguidades, mas ainda não teve sucesso. "Ela era usada no momento da adoração eucarística, para receber a hóstia sagrada. Era uma peça muito bonita. Ela ficava exposta para que os fiéis pudessem ver sempre que quisessem. Já não era tão utilizada, por ser uma peça muito grande, tem 1,40 e por ser mais difícil de usar", explicou.
O historiador Marcos Teixeira estimou que a peça valha pelo menos R$ 50 mil. "É uma pena, uma raridade, algo único. Provavelmente será encontrada em um antiquário, ela é valiosíssima. Torcer para que não seja fundida. Como o mercado está em baixa, deve valer cerca de R$ 50 mil", disse.
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