Suspeito de furtar arte sacra foi preso no Centro do RioReprodução

Rio - A Polícia Militar prendeu, na tarde desta segunda-feira (6), um dos suspeitos de furtar uma arte sacra na Igreja de São Francisco de Paula, no Largo São Francisco, no Centro do Rio. De acordo com informações iniciais, o preso afirmou que foi roubado por outros assaltantes que levaram a peça na Central do Brasil.
O suspeito foi encontrado na Avenida Presidente Vargas, também no Centro, e encaminhado à 5ª DP (Mem de Sá). Até o momento, o ostensório não foi localizado.
O furto aconteceu no último sábado (4). Imagens câmeras de segurança do local flagraram a peça, feita de prata com detalhes banhados em ouro, sendo levada por dois suspeitos.
A arte furtada era parte de uma custódia - objeto em que se coloca a hóstia para adoração dos fiéis - de liga metálica, com pedras semipreciosas, medindo 140 cm de altura por 44 cm de largura. Datada do século XVIII, a peça fazia parte do acervo da Igreja, tombado pelo Iphan em 1938 e inventariado em 2001.
Após furtar a custódia, os criminosos a quebraram, deixando sua base no adro da Igreja e levando apenas a parte superior, onde fica o resplendor. No dia seguinte, um deles ainda retornou ao local para tentar encontrar o pedaço que havia deixado para trás.
"Ela era usada no momento da adoração eucarística, para receber a hóstia sagrada. Era uma peça muito bonita. Ela ficava exposta para que os fiéis pudessem ver sempre que quisessem. Já não era tão utilizada, por ser uma peça muito grande, tem 1,40 e por ser mais difícil de usar", explicou Padre Álvaro, o pároco da capela.
O historiador Marcos Teixeira estimou que a peça valha pelo menos R$ 50 mil. "É uma pena, uma raridade, algo único. Provavelmente será encontrada em um antiquário, ela é valiosíssima. Torcer para que não seja fundida. Como o mercado está em baixa, deve valer cerca de R$ 50 mil", disse.
O Iphan encaminhou fotos e a ficha da peça furtada no Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados para contribuir com os trabalhos de investigação da Polícia Federal. O caso também está sendo investigado na 5ª DP (Mem de Sá), onde foi registrado.