Gilson André (sentado) foi preso na cidade de Hernandarias, no Paraguai Divulgação

Rio - Duas pessoas envolvidas em um esquema de pirâmide financeira no município de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, foram presas durante uma ação conjunta na cidade de Hernandarias, no Paraguai, na noite desta quinta-feira (23). De acordo com as investigações, a quadrilha também estaria atuando no país vizinho.
Gilson André Braga dos Santos e Ana Cláudia Carvalho Contildes foram alvos da operação realizada pela 134ª DP (Campos dos Goytacazes) e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad/Paraguai), com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Contra eles, os policiais cumpriram 42 mandados de prisão por estelionato, crime contra a economia popular e organização criminosa.
As investigações apontam que a dupla era responsável por uma empresa, instalada em Campos, que servia de fachada para uma organização criminosa que comandava o esquema ilegal. A firma foi criada em 2016 para dar um caráter de licitude e angariar clientes para captação de valores. A promessa era de aplicação dos investimentos no mercado financeiro de criptomoedas, mediante pagamento mensal fixo de juros de 12% a 30% por mês sobre o capital.
A empresa, então, firmou vários contratos e, posteriormente, emitiu uma nota aos clientes comunicando o término dos investimentos, informando que todos seriam ressarcidos em um prazo de 90 dias, o que não foi cumprido. Os agentes também apuraram que uma outra empresa, no Paraguai, foi criada pelos suspeitos para dar continuidade ao esquema fraudulento.
O Ministério Público do Rio e a 134ª DP (Campos dos Goytacazes) conseguiram, junto à Justiça, o bloqueio online de R$ 1.964.815,96, disponíveis nas contas dos denunciados. Os valores incluíam criptoativos e moedas estrangeiras, para ressarcir as vítimas.
Atualmente, a quadrilha soma 75 anotações criminais no estado do Rio, com um prejuízo de cerca de R$ 5 milhões das vítimas. No total, cinco pessoas estão denunciadas e, contra elas, foram expedidos mandados de prisão preventiva.
Em outubro deste ano, os agentes cumpriram seis mandados de busca e apreensão e prenderam um suspeito ligado à empresa.