Ônibus na Central do BrasilReprodução / Google Street View
Estudo revela que 14,5% da população do Grande Rio mudaram a forma de locomoção após a pandemia
Levantamento da UFRJ aponta que principal motivação é o desemprego
Rio - Um estudo feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou que 14,5% da população da Região Metropolitana do Rio mudaram a forma de se locomover em relação ao período anterior à pandemia de covid-19. O levantamento tem o intuito de colaborar com medidas que tornem o transporte público mais sustentável no estado e será apresentado durante a 20ª edição do Congresso Rio de Transportes (RDT), realizado nesta quinta (7) e sexta-feira (8), no Parque Tecnológico da universidade.
A pesquisa nomeada de 'Será que mudamos? Um panorama do transporte público na Região Metropolitana do Rio de Janeiro' foi feita pelo Programa de Engenharia de Transportes (PET) da Coppe/UFRJ. O estudo revela com números as mudanças na forma de deslocamento da população e o motivo.
O levantamento foi feito entre agosto e outubro, a partir de entrevistas com 4.300 moradores de 14 municípios da Região Metropolitana do Rio. Entre os principais motivos da alteração estão desemprego (23,61%), mudança do local de destino (19,61%) e adoção de regime de trabalho híbrido ou remoto (19,35%).
De acordo com o Coppe/UFRJ, o estudo confirmou o alerta que vinha sendo feito por empresas e concessionárias de transporte: a perda definitiva de passageiros para o transporte individual, seja particular ou a serviço de aplicativos. A migração se concentrou, principalmente, na parcela de usuários de maior renda salarial e escolaridade.
O estudo mostrou também que o custo do transporte se tornou, pela primeira vez, o critério mais importante na decisão de deslocamento daqueles com menor poder aquisitivo que utilizam ônibus, superando fatores como rapidez, conforto e segurança.
A 20ª edição do Congresso Rio de Transportes, que conta com apoio da Semove, tem a proposta de promover o debate público sobre os desafios da mobilidade urbana no período pós-pandemia, que coincidiu com a maior crise econômica vivenciada pelo transporte público do Rio.
"A proposta é promover sinergia, conectar centros de pesquisa e inovação, empresas e gestores públicos para incentivar o desenvolvimento de um transporte cada vez mais integrado e sustentável. Buscamos acelerar a implementação das ideias discutidas. Além da pesquisa, serão apresentados 90 trabalhos acadêmicos, de graduação e pós-graduação, que ficarão disponíveis para consulta. É um evento gratuito que terá transmissão pela internet", afirma o coordenador do Rio de Transportes, o professor Glaydston Mattos Ribeiro.
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