Isadora sempre teve o hábito de ler e foi influenciada pela mãe desde a infânciaAcervo pessoal

A leitura faz parte do cotidiano desde a infância até a idade adulta, seja em rótulos, bulas, placas de trânsito, troca de mensagens, desempenhando um papel importante no desenvolvimento intelectual e na expansão de horizontes. Neste domingo (7), é celebrado o Dia do Leitor, data que incentiva o hábito da leitura.
Um levantamento encomendado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) aponta que o Brasil tem aproximadamente 25 milhões de consumidores de livros, dos quais 74% têm a intenção de comprar novamente nos próximos três meses. Além disso, 69% dos consumidores adquiriram entre um e cinco livros nos últimos 12 meses, enquanto 8% compraram 16 ou mais livros no último ano.
Isadora Loyola sempre teve o hábito de ler e foi influenciada pela mãe desde a infância. Durante a pandemia da Covid-19, descobriu nas redes sociais um universo de leitores que não conhecia. Ela começou a compartilhar suas leituras, opiniões e a incentivar outras pessoas através da internet. "Eu leio todos os dias, pelo menos um pouquinho. Não deixo de ler. É o mesmo hábito que temos de pegar o celular e ficar nas redes sociais. Se hoje sou uma pessoa mais crítica, é por conta dos livros. Se sou mais empática, é por eles também. A literatura me tira da minha realidade, e é por isso que ela impacta tanto. Me faz pensar em outros cenários, ter sensações jamais sentidas. Os livros são minha melhor companhia, e até mesmo aqueles que podem me decepcionar trazem uma lição", destacou a jovem.
“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer", diz a frase de Carlos Drummond de Andrade, que traduz o significado da atividade, uma vez que a cada obra literária personagens diferentes ganham vida e movimentam a mente dos leitores. Seja em formato físico ou digital, a variedade de livros, desde clássicos até best-sellers contemporâneos, oferece uma vasta gama de experiências e conhecimentos.
Para a analista de compras Raquel Vital Tato, qualquer momento livre é tempo de leitura, por isso, ela anda sempre com livros em todas as bolsas. Para ela, o prazer pela leitura foi importante na adolescência. “Fui uma adolescente muito tímida e medrosa e muito pouco sociável. Ter descoberto o prazer da leitura me fez viver milhares de histórias e aventuras em uma época em que eu tinha medo de viver de verdade”, lembrou.
Ela e a amiga Jane administram um clube do livro que surgiu em um encontro de leitores na Bienal do Livro no Rio, em 2018, e desde então, os amigos literários realizam encontros para trocar ideias sobre as leituras presencialmente ou virtualmente e já leram juntos mais de 50 obras.
Uma das criadoras do grupo, Jane da Costa não tinha o hábito de leitura, mas foi durante uma depressão que encontrou na leitura um novo horizonte. “A leitura, para mim, serviu como uma válvula de escape. Elas vão desde leituras adultas até clássicos, romances, terror e fantasia. No clube que participo, lemos de tudo, explorando diversos gêneros”, disse.
Já Tamara Mansur, além de participar do clube do livro, também é escritora e cria conteúdos sobre literatura nas redes sociais. "Desde pequena, meus pais sempre me incentivaram comprando coleções que saíam pelos jornais de clássicos infantis e contos de fadas, e eu sempre vivia na biblioteca da escola atrás de novos títulos. A leitura me moldou como pessoa, eu aprendi sobre cultura, empatia e até a sonhar acordada com histórias e possibilidades! Gosto tanto que até comecei a escrever com 10 anos, porque o que eu lia não era o suficiente para a minha imaginação", contou a leitora.
Ainda de acordo com os dados da pesquisa Panorama do Consumo de Livros, 84% da população alegou não ter comprado nenhum livro nos últimos 12 meses. Para 60% dessas pessoas, o hábito de leitura é uma atividade importante, porém a maioria aponta preço, ausência de loja e falta de tempo como os maiores fatores para desmotivar ou não efetuar a compra de livros.
A partir da vontade de democratizar o acesso à leitura, os moradores de Anchieta, na Zona Norte, criaram a ‘Casa Amarela’, uma biblioteca comunitária com o objetivo de formar novos leitores. O projeto, idealizado por Pedro Gerolimich, conhecido na região como Pedro do Livro, conta com um acervo de três mil livros e tem o foco no primeiro contato com a leitura e, por isso, possui obras de mais fácil acesso, desde best-sellers até alguns livros de autoajuda, livros de pesquisa, livros infantojuvenis e muito mais.
“A leitura tem toda a capacidade de transformar qualquer um. É a partir da leitura que a gente vai formando consciência, abrindo nossos horizontes para os outros mundos, melhora o nosso vocabulário, aumenta a nossa chance de ter melhores empregos, melhora a capacidade cognitiva de aprender e assimilar as coisas. Então, a leitura gera uma série de benefícios para as pessoas e gera conexão também”, enfatizou Pedro do Livro.
O mestre em Educação ainda dá dicas para quem quer adquirir o hábito de leitura: “Leia uma página por vez. No começo, pode parecer um pouquinho difícil, mas conforme você vai repetindo aquele hábito, vai se tornando uma coisa natural. Você nunca deve pensar no tamanho do livro, começa aos poucos, e que você vai atingindo os seus objetivos e daqui a pouco você vira um leitor voraz”, explicou Gerolimich.
Serviço: Biblioteca comunitária Casa Amarela
Endereço: Rua Padre Mário Versé 11, Praça Nazaré, Anchieta
Horário de funcionamento: 9H30 às 19h - Segunda à sábado
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