Enchente no bairro Parque Colúmbia, Zona Norte, próximo ao Rio AcariReprodução
Segundo a merendeira, que vive na Rua Benjamin Costallat, as enchentes têm se tornado cada vez mais frequentes e, nesse último fim de semana, os efeitos foram mais grave. "Eu moro a quase 25 casas da rua que margeia o rio e, mesmo assim, a água passou por cima do meu portão. Perdi móveis, perdi praticamente tudo", explica Fátima.
A água começou a subir na noite de sábado (13). Às 5h da manhã de domingo, o nível ainda estava perto dos 2 metros de altura na residência da servidora que atua em uma escola também atingida pelas chuvas na Fazenda Botafogo. "A água só foi descer completamente durante a tarde", comenta.
A merendeira e outros moradores do bairro temem obras feitas por empresas donas de galpões às margens do Rio Acari possam agravar ainda mais os impactos desse período de chuvas. Entre as intervenções citadas pela população, está a construção que margeia um trecho do canal até o viaduto da Rodovia Presidente Dutra, além de um aterro irregular que vem se formando na margem oposta ao bairro.
"Essas estruturas ajudam a estreitar ainda mais o rio e acaba fazendo com que essa água escoe para as ruas do bairro. Então, o medo é de que venha outra chuva como aquela e acontecer um desastre. Falam da Pavuna, da Fazenda Botafogo, mas lá foi muito pior", comenta Avamar Pantoja, que morou na região por muito tempo, mas se mudou por conta das recorrentes enchentes.
Sobre a limpeza do Rio Acari, a Fundação Rio-Águas disse que realizou, no ano passado, o desassoreamento desse rio, na Zona Norte, "beneficiando uma extensão de 3,1 km de canal, dos quais foram retiradas mais de 191 mil toneladas de material do fundo, que representam em torno de 16 mil caminhões basculantes". As escavadeiras hidráulicas atuaram entre a Avenida Pastor Martin Luther King Jr. e a Estrada João Paulo, atendendo aos bairros de Acari, Barros Filho, Fazenda Botafogo e Honório Gurgel.
Na Zona Norte, a Rio-Águas informou que atua, no momento, na limpeza de trecho do Rio Pavuna-Meriti (rio estadual), na Pavuna, e no Rio Sapopemba, em Guadalupe. Desde segunda-feira (15), foram retiradas 1.140 toneladas de material do fundo desses rios.
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