Viviane Rojas aproveitou o domingo para prevenir Gabriela contra a dengue Reginaldo Pimenta

Rio- O domingo (25) de sol e calor no Rio foi perfeito para quem gosta de curtir uma praia ou fazer um passeio em parques e shoppings. No entanto, diante de uma epidemia de dengue que já matou seis pessoas no estado, a prioridade de muitos cariocas foi vacinar os filhos contra a doença. 
A imunização para crianças foi iniciada na última sexta-feira (23). Ao todo, 5.856 doses já haviam sido aplicadas até a tarde de domingo (25). A faixa etária concentra o maior número de hospitalização.
No momento, a vacinação foi liberada apenas para aqueles que tem 10 anos. Na quarta, 28, se estende aos pequenos de 11 anos.
A Secretaria Municipal de Saúde pretende vacinar crianças de até 14 anos de acordo com um calendário escalonado. Porém, ainda não há data para a imunização da faixa etária.
O Super Centro Carioca de Vacinação, que funciona dentro do Hospital Municipal Rocha Maia, em Botafogo, na Zona Sul, todos os dias, recebeu muitas crianças ao longo do fim de semana. O movimento foi bastante intenso no sábado (24). Já no domingo, a procura foi menor. Houve, também, vacinação na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, das 10h às 15h, neste domingo.
A servidora pública Viviane Rojas, de 38 anos, esteve no Super Centro, em Botafogo, para vacinar a filha, Gabriela Miranda, de 10 anos. Ela contou que o marido já ficou internado em decorrência da doença, o que faz com que todos na família fiquem mais atentos ao problema. "Minha preocupação com a dengue existe porque é uma doença que só pode ser combatida coletivamente. Não adianta apenas eu e minha família realizarmos os cuidados para eliminar os focos do mosquito, todos precisam fazer a sua parte", disse.
Os cuidados básicos incluem evitar em casa qualquer água parada sem proteção, pois o mosquito pode usar o espaço como criadouro. Logo, a atenção vai desde as caixas d'água e piscinas abertas, até pequenos objetos, como tampas de garrafa e vasos de planta, e até mesmo pneus.
"Foi importante ter vacinado minha filha porque poderá brincar com mais tranquilidade em áreas verdes e espaços ao ar livre, que são as opções preferidas das crianças. Com a imunização, o corpo passa a 'saber lidar' com a doença, caso seja contraída", comentou Viviane.
A médica dermatologista Simone Chindamo, 48, saiu da Lagoa, onde mora com a filha, Giovana, 10, para a prevenção. Ela optou por levar a menina para se imunizar no domingo a fim de evitar a correria típica dos dias de semana. "Fica mais difícil conciliar os horários de escola, trabalho e posto de saúde. Ter a opção de atendimento sábados e domingos o dia inteiro é excelente. Vinte minutos de um lindo domingo de sol valem muito a pena para prevenir dias em casa doentes ou até uma internação hospitalar", apontou a médica, que ainda julgou o atendimento do local como "impecável".
Simone, que já teve a doença, comentou que os sintomas, como dor de cabeça, mal-estar e dor no corpo, foram muito ruins, mas que o mais preocupante é a evolução para formas mais graves. "Sabemos que as vacinas são importantes para evitar as doenças e/ou diminuir a gravidade delas", explicou.
Os sintomas mais comuns da doença são: dores musculares e articulares; dor de cabeça; dor atrás dos olhos; náusea e vômitos; e manchas vermelhas no corpo. Febre também pode aparecer. No entanto, nas formas mais graves, é possível que ocorra dor abdominal; acúmulo de líquidos em cavidades corporais;  vômitos mais persistentes; sangramento de mucosa; e hemorragias.
Porém, é possível ainda ter dengue assintomática. Esse foi o caso da mãe da advogada Renata Monteiro, de 48 anos, que também saiu da Lagoa para levar a filha, Maria Luiza Monteiro, 10, para se imunizar. Ela elegeu a dengue hemorrágica como maior preocupação. "Mas mesmo os casos menos graves da doença já deixa as pessoas muito debilitadas e, se temos como amenizar esse sintomas e ajudar a combater a doença, acho que devemos fazer tudo para que isso aconteça", comentou. 
Para ela, a vacinação é fundamental para ampliar a imunização. "No âmbito individual, a gente consegue amenizar ou até mesmo prevenir a doença. No coletivo ajudamos a diminuir a propagação. No momento, temos que vacinar o maior número de crianças na idade que a vacina está disponível. Torço que em breve já esteja disponível para todas as idades", avaliou.
Moradora de Botafogo, Thais Lima, 45, também compareceu ao Rocha Maia para vacinar o filho, Arthur, de 10.  Mesmo sem ter tido nenhum caso na família, a psicóloga disse saber que a dengue é uma doença perigosa e que pode ter sérias complicações. "Por isso, a importância da proteção. Nunca deixei de dar nenhuma vacina ao meu filho. Primeiro, por ser um direito dele. E depois, por ser a forma mais eficaz e segura de proteção. É um alívio poder vaciná-lo em meio a essa epidemia de dengue."
Fique atento
As crianças de 10 anos abriram o calendário de imunização, mas a partir da próxima quarta-feira, dia 28, o grupo de 11 anos também poderá se vacinar. As demais faixas terão suas datas anunciadas nos próximos dias.
A vacina está disponível em todas as 238 unidades de Atenção Primária da cidade. Além do Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, que funciona todos os dias, das 8h às 22h; e o Super Centro Carioca de Vacinação, unidade Campo Grande, localizado no ParkShopping CampoGrande, que também funciona todos os dias, de acordo com o horário de funcionamento do centro comercial.
Ainda segundo a SMS, o município do Rio de Janeiro registrou, até o momento, 34.963 casos de dengue em 2024. 
Estudo iniciado em mais duas unidades
A cidade do Rio iniciou um estudo com a vacina contra a dengue em mais duas unidades de saúde, na Zona Oeste, neste sábado (24). A nova fase também acontece de forma escalonada e os usuários elegíveis para a etapa são os cadastrados nos centros municipais de saúde Raul Barroso e Maia Bittencourt, no bairro de Guaratiba.
A pesquisa da Secretaria prevê a imunização de 20 mil moradores da região, na faixa etária de 18 a 40 anos, com cadastro ativo em uma das dez unidades de Atenção Primária do local, que foi escolhida para o estudo pelo histórico de registrar muitos casos da doença.
*Colaborou Reginaldo Pimenta