PF realizou a operação 'Delivery Card', que visa desarticular uma quadrilha dedicada à prática de fraudes bancáriasDivulgação / Polícia Federal

Rio - Agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram, na manhã desta quinta-feira (29), três mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha especializada em fraudes bancárias. Na ação, os policiais foram em endereços nos bairros de Copacabana e Leblon, na Zona Sul, além da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. 
Segundo a PF, organização já causou um prejuízo que ultrapassa os R$ 400 mil aos cofres da Caixa Econômica.
De acordo com as investigações, os criminosos compraram, de forma irregular, passagens aéreas usando cartões clonados da Caixa. Para evitar suspeitas, segundo a polícia, os bilhetes eram posteriormente vendidos a baixo custo em uma rede social, sob a justificativa de terem sido adquiridos em programas de milhagem.
Esta é a segunda fase da operação "Delivery Card", que começou no dia 22 de setembro de 2022, quando o Grupo de Repressão a Crimes Contra a Caixa Econômica Federal identificou os membros da organização responsável pelas fraudes. 
A operação foi iniciada com base nas informações fornecidas pela Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas (CBAN), localizada em Brasília. A CBAN é responsável por gerenciar a base Tentáculos, instituída pela Polícia Federal com o objetivo de reprimir fraudes eletrônicas, em integração com a Polícia Civil e as instituições bancárias, através da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Procurada, a Febraban disse que "é parceira da Polícia Federal no projeto Tentáculos, que centraliza todas as notícias-crime de fraudes em um repositório único de dados. Atualmente, 25 bancos participam do programa. De 2018 a 2023, foram deflagradas cerca de 200 operações e cumpridos 445 mandatos de busca e apreensão, além de 81 prisões, em relação as fraudes bancárias". 
De acordo com a Caixa Econômica Federal, "o banco atua conjuntamente com a Polícia Federal e demais órgãos de segurança pública na identificação de casos suspeitos e na prevenção das fraudes bancárias. As informações relacionadas aos casos suspeitos de fraude e as ações realizadas pela área de segurança da Caixa para investigar e coibir fraudes possuem caráter sigiloso". Além disso, o banco ressaltou que aperfeiçoa constantemente os critérios de segurança.

O nome da operação, "Delivery Card", faz referência as clonagens de cartões e lavagens de dinheiro, cometidas por meio de empresas de delivery, que eram escolhidas pela organização para lavar os valores provenientes dos crimes.

Os investigados, que não tiveram a identidade revelada, podem responder pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado mediante fraude e lavagem de dinheiro, cujas penas podem somar mais de 26 anos de prisão.