Essa é uma das palavra mais temidas entre políticos e figuras públicas, que tenham que se posicionar diante de fatos polêmicos, e não estou falando dessa chatice de cancelamento.
Essa coluna é sobre medidas que são necessárias, mas geram desgastes. No caso do político, cortar faixa e inaurgurar obras são o “case” perfeito para aumentar a aceitação e, por fim, votos.
No caso de jornalistas, como eu, que há anos deixei apenas de reportar e também comento os fatos diariamente do Rio, falar o que a maioria que faz barulho quer ouvir é ganhar audiência e seguidores.
Mas quem sabe o peso e a importância de influenciar a opinião pública e ter cargos decisivos não pode temer o contrário.
Ser reconhecido pelo povo é maravilhoso, assim como eu acho que deve ser um privilégio ser eleito.
Mas o ônus necessário é também não só pensar no “lacre” ou aplausos.
Falo em razão de se posicionar a favor de acabar com pontos que há muitos anos deixaram de ser local de ganha pão dos batalhadores ambulantes, que também são vítimas diretas das máfias instaladas ali.
Primeiro, a Feira de Acari, a famosa Robauto. Sim, fomentava há anos os roubos de cargas; investigações mostravam isso.
Agora, a Uruguaiana. Enquanto uma colega foi ameaçada ao gravar sua reportagem sobre o fim dos camelôs que tomaram tudo ali e que cobram dos ambulantes regularizados, numa covardia típica de milícias, uma outra amiga que teve o celular furtado horas antes viu pelo localizador que o aparelho era vendido ali mesmo, na Uruguaiana.
Não é ser contra o camelô, pelo contrário sou freguesa de vários, regularizados. É preciso a reafirmação pela ordem e trabalho dos justos.
Não adianta romantizar o crime. Se ali tem venda, alguém apontou uma arma, ou furtou ou até matou pelo celular de alguém.
Tomar atitudes de organização de cidade, mesmo que na esfera municipal, é parte importante de combate à violência urbana.
Fazer isso e opinar a favor tem seus riscos de não agradar, mas faz parte do jogo. É a coragem de ser impopular quando se depende de aprovação do povo.
Coragem para mudar é uma dinâmica arriscada e conscientizar um povo é missão.

3,2,1
É DEDO NA CARA
PINGO NO I

Celulares seriam vendidos em feiraDivulgação

Mas falando nisso, que fiquei claro. Tudo ali se formou a partir de conivência de agentes públicos e corrupção.
Não adianta retirar da calçada e não fiscalizar o quarteirão de box que é autorizado. Uma denúncia anônima durante meu programa de TV disse que já recebeu ameaças dos que vão ser despejados e tá com medo.
E não para por aí, outros endereços não tão conhecidos viraram “shopping” de produtos de roubo.
Fato é que, numa simples operação ontem, uma só delegacia, a 64ª, de São João de Meriti, resgatou e devolveu 30 aparelhos roubados que seriam vendidos na Feira da Pavuna.