Enchente no RioReprodução

Essa foi a palavra que mais ouvi nos últimos dias. Entre eles uma voz com sotaque de Zona Norte carioca. James e a esposa perderam tudo, aliás o pouco que tinham. Endereço: Avenida Tenente Rebelo, local conhecido como bloco 36, Irajá. 
“Não deu pra salvar nada e foi tão forte que revirou tudo na lama. Eu e minha companheira vamos ter que começar do zero”. 
Não dá ainda pra mudar de “pauta”. São muitas perdas de quem pouco tinha.
Cenas tristes na Baixada, mas no Rio também. E são tantas histórias…. Alcidinéia, moradora da Pavuna, conta chorando que perdeu as contas, a última parcela da “chuva” do último verão foi em dezembro. Mas nada tira a imagem do Everaldo, com a toalha na cabeça olhando o Rio Acari que virou rua e ali o pai frentista desapareceu.
O Raul, na Baixada, no Rio Botas, ouviu também os relatos de quem testemunhou a irmã dele ser levada quando o rio, sem mureta, se misturou ao asfalto.
Cenas repetidas, dores contadas, verbas liberadas e um povo calejado de sofrimento. Ou melhor cansado de não ter retorno ou ser ouvido, no choro ou no grito.
3,2,1 é DEDO NA CARA!