Rio - Um adolescente de 16 anos foi espancado na porta do Colégio Estadual Francisco Caldeira Alvarenga, em Paciência, na Zona Oeste, na tarde desta segunda-feira (12). Em imagens que circulam nas redes sociais é possível ver o menino caído sendo agredido por mais de seis alunos. Todos eles com uniforme da escola.
Alysson Sancler Almeida Silva chegou a dar entrada na sala vermelha do Hospital Pedro II, mas já recebeu alta. Segundo a irmã dele, a técnica de enfermagem Layanne Almeida, 25 anos, o adolescente recebeu muitas pancadas na cabeça, mas foi liberado da unidade de saúde após a tomografia não apresentar nenhuma alteração.
"Foi desesperador! Nosso medo era de sequelas. Até mesmo os médicos ficaram surpresos de não ter dado nada na tomografia", disse.
Ao DIA, airmã relatou ainda a falta de segurança nos arredores da unidade. "Essa escola não tem guarda municipal, não tem policiamento, e isso é recorrente, não só com meu irmão. São alunos da escola e fora dela. O Alysson vem se destacando no jiu-jítsu, na escola, e tudo isso causa uma inveja nos meninos, e pegaram um para ficar implicando com ele, para começar uma briga, ele só se defendeu. Só que como ele consegue reagir, os meninos foram para cima e juntaram meu irmão, fizeram uma covardia", explicou.
Layanne comentou também que a família chegou a perguntar se Alysson quer mudar de colégio, mas ele disse que não. Com isso, eles esperam mais segurança nos arredores da instituição.
"Os amigos que socorreram ele e foram correndo até a casa do meu pai avisar. De lá, chamaram uma ambulância. Esperamos que a escola agora tenha consciência das atrocidades que vêm acontecendo", finalizou.
Procurada, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) informou que lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a família do estudante. "Nesse momento, a prioridade é o atendimento à vítima e apoio psicológico ao jovem e seus familiares", disse em nota.
Em relação aos agressores, a Seeduc disse ainda que todas as medidas foram tomadas e o Conselho Tutelar da região foi acionado. Os responsáveis pelos estudantes serão chamados à unidade escolar e as medidas pedagógicas e disciplinares cabíveis serão tomadas.
"A secretaria reforça também que desenvolve ações pedagógicas de conscientização, escuta ativa e diálogo com os alunos sobre o tema. A Seeduc repudia toda forma de agressão e não compactua com qualquer tipo de violência e discriminação", finalizou em comunicado.
Segundo a Polícia Militar, a corporação não foi acionada para o evento inicial onde o estudante foi ferido e também não tem registro de acionamentos em sequência nesse sentido.
Já a Guarda Municipal disse que já encaminhou uma equipe para o local e que o Grupamento de Ronda Escolar vai reforçar as ações na região.
O caso foi registrado na 36ªDP (Santa Cruz). Segundo a Polícia Civil, os responsáveis pela vítima e testemunhas serão ouvidos e imagens do fato serão analisadas para identificar os envolvidos na agressão contra o adolescente.
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