Kaylane Alves morreu após ter o pescoço cortado com um barbeador pelo namorado Reprodução
Jovem que matou namorada com barbeador tem prisão convertida para preventiva
Kayque Sales Simões confessou que cortou o pescoço de Kaylane Vitória Alves com um barbeador devido a uma gravidez
Rio - A Justiça do Rio converteu a prisão em flagrante de Kayque Sales Simões, de 19 anos, para preventiva após audiência de custódia realizada nesta terça-feira (19). Ele foi preso após matar Kaylane Vitória Alves com um barbeador por não aceitar a gravidez da namorada.
A juíza Rachel Assad da Cunha considerou relatos de testemunhas que disseram que Kayque pressionava a jovem para a realização de um aborto, mas que ela não concordava. No dia do crime, o homem pediu para que fosse até a casa da vítima, o que Kaylane também recusou. Mesmo assim, ele foi flagrado por câmeras de segurança entrando e saindo da residência localizada em Rio das Pedras, Zona Oeste. As investigações destacaram que o jovem foi até o local com um barbeador e cortou o pescoço da vítima.
"A gravidade da conduta é muito acentuada. A crueldade da ação indica a mais absoluta inadequação do custodiado ao convívio social, já que matou a própria namorada após ser informado de que ela estava esperando um filho dele. Assim, evidente a necessidade da conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do custodiado como medida de garantia da ordem pública, sobretudo porque crimes como esse comprometem a segurança de moradores da cidade do Rio de Janeiro, impondo-se atuação do Poder Judiciário, ainda que de natureza cautelar, com vistas ao restabelecimento da paz social concretamente violada pela conduta do custodiado", disse a juíza.
A magistrada completou que testemunhas ainda não foram ouvidas e a prisão do jovem é necessária para não atrapalhar o andamento do processo. A defesa de Kayque solicitou a liberdade provisória dele, com a justificativa de que ele se entregou. Como se trata de um crime de feminicídio, Rachel entendeu que a soltura do homem impacta diretamente nas pessoas envolvidas ou que tenham presenciado o crime.
"A frieza do custodiado é fator que pode contribuir para que elas se sintam constrangidas para prestar depoimento sabendo que o autor de um crime de tamanha gravidade estará solto no mesmo ambiente. A primariedade, por si só, não confere o direito à liberdade", completou.
Kayque foi preso no domingo (17) após se entregar a policiais militares que foram até a casa de Kaylane para verificar uma ocorrência de feminicídio. O homem confessou que matou a namorada por não aceitar a gravidez.
Semanas antes, a vítima já havia relatado a uma amiga que o jovem a agrediu em outra oportunidade. “Ele bate para machucar […] Ele machucou meu pescoço esses dias que quase caí no chão”, afirmou Kaylane em um trecho da conversa.
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