Luciene Dos Santos, mãe da Rayssa, bastante emocionada no velório da filhaRenan Areias / Agência O Dia

Rio - "Eles não mereciam isso". Com essas palavras, Louene dos Santos se despediu da única irmã, Rayssa Santos, de 23 anos; do cunhado Filipe Rodrigues, de 24; e do sobrinho de apenas 7 meses, executados a tiros no bairro de Baldeador, em Niterói, na Região Metropolitana, no domingo (17). Os três foram enterrados na tarde desta terça-feira (19), no Cemitério Pacheco, em São Gonçalo, onde moravam.
A cerimônia, custeada pela Prefeitura de São Gonçalo, deixou os parentes mais próximos muito abalados. Aos prantos, Louene disse que o sonho deles era ter uma casa própria e cobrou justiça pelo triplo homicídio.
"Ela só queria realizar o sonho de ter a casa dela. Eles não fizeram nada de errado. Eles não mereciam isso. Eu só quero Justiça. Quem fez isso, vai ter que pagar por tudo. Ela era minha única irmã, eu não tenho mais irmã", lamentou.
A mãe de Rayssa, Luciene Dos Santos, afirmou que tanto a filha, que exercia a profissão de técnica de enfermagem, quanto o genro, que era gesseiro e motorista de aplicativo, eram trabalhadores e apaixonados um pelo outro: "Eles eram um casal que estava lutando pelos sonhos deles, de construir, de ter algo melhor", ressaltou.
O pedreiro Elvis de Freitas Soares, padrasto de Rayssa, também exigiu justiça: "A Justiça tem que ser feita. Por essa família, pela nossa família. Justiça que a gente pede. Tem que ver, tem que descobrir quem foi. São três vidas. Não pode ficar impune, gente. Eram pessoas do bem. Pessoas que trabalhavam, levantavam de madrugada para ir trabalhar. Trabalhavam o dia todo", reiterou.
Filipe, Rayssa e o filho deles foram mortos a tiros na Estrada Bento Pestana, no Baldeador, em Niterói. Eles estavam em um carro alugado, parado em um ponto de ônibus, quando foram emparelhados por um veículo de cor preta. Os jovens morreram no local. O bebê chegou a ser socorrido, passou por cirurgia, mas não resistiu.
Uma das linhas de investigação da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), responsável pela investigação, apura se uma quantia de R$ 5 mil, destinada à compra de uma casa própria, motivou o assassinato da família. De acordo com Elvis, o genro falou que pegaria o dinheiro no domingo. Contudo, ele não sabia se Filipe receberia o valor de um trabalho que não havia sido pago ou se iria pegar emprestado.
A mãe de Filipe esteve na DHNSG na tarde desta segunda-feira (18) para desbloquear e autorizar o acesso ao celular do filho. Antes de entrar na especializada, ela disse que o filho havia relatado que cobraria uma dívida por causa do trabalho de gesseiro e que possivelmente caiu em uma emboscada.
*Colaborou Renan Areias